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"Purtugal, Purtugal". A torcida lusa não parou de gritar no fim do jogo. Saudou e agradeceu o apoio. O time alemão também fez, não uma volta olímpica, mas uma caminhada compungida após a sua derrota. Para agradecer ao público, que o ovacionou. Nos jornais, depois, apareceria a foto do Ballack chorando, durante a volta melancólica. Saber perder não significa apenas cumprimentar elegantemente o adversário vencedor. Significa também participar deste teatro de contrição e solidariedade. A torcida brasileira, apalermada pela derrota, não teve nem essa concessão do seu time. Não sei se são verdadeiras as histórias da insensibilidade de alguns jogadores com a eliminação. É claro que a maioria sentiu. Mas ficou faltando o gesto, na hora. O reconhecimento, a comunhão com a torcida, o consolo mútuo. Lágrimas eram opcionais, mas o Brasil que não soube ganhar também não soube perder.

Contam que depois de um vexame do David Beckham num jogo da Copa de 1998 sua mulher Victoria teria ligado para seu celular e dito algo como "Anime-se, baby. Seu cabelo estava ótimo." Uma frase exemplar e cheia de sentidos. Significa que futebol é apenas futebol e que nada é tão trágico que não tenha compensações. Significa que ninguém deve se abater com um tropeço porque a vida continua e pode ser bela, ainda mais se você tem o cabelo do David Beckham. Mas pressupondo uma dose de cinismo no comentário da Victoria nos seus tempos de artista, a frase era para lembrar o marido das suas prioridades: tudo pela Inglaterra, certo, mas acima de tudo a sua imagem. A seleção não era tão importante quanto o corte do cabelo. Uma crítica que se faz a alguns jogadores é que estariam mais preocupados com a imagem pessoal do que com o grupo. Cada um teria o seu cabelo do Beckham para cuidar. Não sei.

Minha seleção da Copa? Seria estranha. Para começar, não teria goleiro. Três zagueiros: Lucio, Juan e Cannavaro, o craque da Copa. Sorín numa lateral e na outra também, para equilibrar. Zidane, Vieira, Riquelme e Ballack no meio. Cristiano Ronaldo, Klose o Podolski.

Lembra quando a gente dizia que o Brasil tinha um grande time mas uma defesa fraca? Finalmente temos uma boa dupla de área – e o resto do time desapareceu!

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