"O fantasma é um exibicionista póstumo."
"Pertencer a uma escola poética é o mesmo que ser condenado à prisão perpétua."
"Os verdadeiros crimes passionais são os sonetos de amor."
"A coisa mais solitária que existe é um solo de flauta."
"A verdadeira couve-flor é a hortênsia."
"A modéstia é a vaidade escondida atrás da porta."
"A vista de um veleiro em alto mar remoça a gente no mínimo uns 150 anos."
"Atenção! O luar está filmando."
"A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe."
" Os clássicos escreviam tão bem porque não tinham os clássicos para atrapalhar."
"Le penseur do Rodin... Coitado. Nunca se viu ninguém fazendo tanta força para pensar."
"A natureza é barroca, o sonho é barroco... O que teriam vindo fazer neste mundo as colunas gregas?"
"O mais triste da arquitetura moderna é a resistência dos seus materiais."
"O crítico é um camarada que contorna uma tapeçaria e vai olhá-la pelo lado avesso."
"A expressão mais idiota que existe é adeusinho."
"Não sou mais que um poeta lírico, / Nada sei do vasto mundo... / Viva o amor que eu te dedico, / Viva Dom Pedro Segundo!"
As frases e os pensamentos acima não são nem do Millôr Fernandes nem do Ivan Lessa; são de outro humorista brasileiro que também já morreu: Mario Quintana. Estão no livro Do caderno H, que a Alfaguara está publicando junto com toda a obra poética do Quintana, uma compilação do que ele escreveu, durante anos, na sua seção do Correio do Povo de Porto Alegre. Quem já gostava do Quintana poeta vai gostar de descobrir que ele era um dos melhores humoristas do seu tempo.
Eu também
A Alice é um encanto, mas não posso deixar que o Zuenir Ventura monopolize o gênero crônica-vovô. Também tenho histórias para contar da Lucinda. Outro dia, o pai e a mãe dela brigavam com ela (alguma ela tinha feito) e ela respondia à altura e terminou, dramaticamente, perguntando aos céus: "Onde estão meus verdadeiros pais?!"
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