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Nada de errado que novas tecnologias sejam incorporadas aos esportes olímpicos. A idéia de que os Jogos deveriam manter a pureza do seu começo grego não se sustenta, não apenas porque muitos esportes foram inventados depois mas porque, se hoje fosse como na Grécia Antiga, todos os atletas competiriam nus. Uma perspectiva atraente se você pensar em certas tenistas russas, mas assustadora no caso de halterofilistas, por exemplo. No momento em que os gregos botaram tangas para competir, já estavam abandonando a pureza original e adotando tecnologia nova.

O exemplo mais evidente da influência de uma nova tecnologia no esporte é relativamente recente: a vara do salto com vara. Quando a antiga vara rija usada, com modificações mínimas, imagino, desde os Jogos gregos, foi substituída pela vara flexível que impulsiona o homem a alturas antes inimagináveis, o esporte mudou completamente. Novos tipos de calçados, bolas e instrumentos, novos métodos científicos de preparação e alimentação – sem esquecer, diria um cínico, a enorme contribuição da indústria química – ajudaram os atletas a se superarem ano após ano em todas as modalidades. Agora mesmo um supermaiô que vence a resistência da água está contribuindo para a quebra de recorde atrás de recorde na natação olímpica. O supermaiô não faz de ninguém um Phelps, mas um Phelps dentro do supermaiô fica invencível.

E leio que na Universidade da Califórnia está sendo desenvolvido, por uma equipe liderada por um chinês, um material que age em relação à luz – estou chutando – como o material do supermaiô age em relação à água, refratando-a. A luz é desviada, o que torna o material – e tudo que for coberto pelo material e assim não reflita luz para os olhos – invisível. Se a adoção de avanços científicos pelo esporte continuar, nada impede que algum dia se faça um supermaiô para tornar o atleta invisível. Pense nas possibilidades. Um Ronaldinho Gaúcho só revelando sua posição para os companheiros com uma discreta tosse, recebendo a bola livre de qualquer marcação, pois ninguém consegue vê-lo, e... Espere. Se um zagueiro adversário, também invisível, conseguir alcançá-lo e derrubá-lo dentro da área, o juiz não verá o pênalti. Esquece, esquece.

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Depois de quatro meses de convívio com minha neta já tenho condições de fazer um glossário, interpretando os sons que ela produz. Ao contrário do que se pensa, não são apenas ruídos. Todos têm um significado. Exemplos:

Ainglfrr – Alô, vô!

Grlm – Que engraçado, vô. (Ou, dependendo da entonação: Você é demais, vô!)

Liambsgm – Pode me pegar no colo que eu não conto.

Ainhé, ainhé – Quero mamar, e agora!

Brmmgr - Sono...

Agh´lembalmb – Boa dia, vô! Que bom revê-lo!

Etc., etc.

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