Basta comparar o comportamento do técnico sueco do time inglês, Eriksson, com o do time português durante um jogo para saber o que estava na cabeça dos ingleses quando convidaram o Felipão para treinar sua seleção. O jogo Portugal e Holanda, que repetiu dentro do campo as batalhas que torcedores ingleses e alemães vêm mantendo fora (só não se atiraram cadeiras) transformaria qualquer um na beira do campo num agitado Felipão? Não transformou o Van Basten, técnico da Holanda, que se manteve nórdico até o fim. O que os ingleses queriam com o "Big Phil" era alguém decididamente pouco nórdico. Alguém que ganha jogos com empolgação e grito tanto quanto com o futebol. Eriksson e Felipão se enfrentarão neste sábado. Não será exatamente o confronto de duas escolas de futebol, mas o de duas personalidades. A Inglaterra tem mais time do que Portugal – inclusive porque sobrou pouco Portugal depois da guerra contra a Holanda. Mas do jeito que vai, qualquer previsão sobre a capacidade de superação do Felipão seria uma temeridade. O homem é capaz de tudo.

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Enquanto isso, apesar de a sua seleção ter começado bem e já estar nas quartas-de-final, os alemães ainda se perguntam se o técnico Jürgen Klinsmann – que mora na beira do Oceano Pacífico, muito longe da Alemanha – não tem se mostrado californiano demais, seja isso o que for. No caso, preferiam alguém mais nórdico. Vá entender.

A televisão alemã entrevistou torcedores italianos em Roma depois da difícil, e imerecida, vitória de ontem sobre a Austrália e o refrão que se ouvia era "Itália in finale con Totti titolare". Também não estão entendendo o técnico deles. Totti entrou no time italiano quase no fim do jogo e trouxe a qualidade que tinha faltado até então. Com Totti a Itália passou de lamentável a mais ou menos. E num campeonato que tem se caracterizado por decisões no finzinho, a Itália conseguiu o máximo: uma decisão no finzinho – com um pênalti! Que, na minha opinião, não houve.

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E Ucrânia e Suíça chegaram a uma espécie de apoteose de ruindade. Os dois mereciam ser mandados para casa. Pelo menos, com a Ucrânia, ficou o Shevchenko, que ainda não mostrou nada do seu futebol mas terá no mínimo mais uma oportunidade, contra a Itália, para aparecer.