Não tenho dúvidas de que a noite de 25 deste agosto será para sempre memorável, com o lançamento do volume 6 do livro Vozes do Paraná, de Aroldo Murá G. Haygert, que se tornou, é certo, uma espécie de "Whos Who" do Paraná. Será na Vila Sophia, Rua Barão de Antonina, esquina da Rua Mateus Leme. E no esplendoroso endereço, antiga residência do arcebispo e depois endereço do restaurante Materhorn. Aos poucos, a coleção vai alinhando grandes nomes de variados campos da vida paranaense, "a partir de minha escolha muito pessoal", admite o autor. E completa: "Seria impossível satisfazer a todos num estado de 11 milhões de habitantes. Por isso, jogo com meu olhar jornalístico de pelo menos 50 anos..." Um olhar que contempla , por exemplo, Pedro Muffato, pioneiro de Cascavel e Maria Cheung, chinesa importante nas artes plásticas do Paraná.
Apesar de mulher
Porque acho o livro importante, eis alguns tópicos em que alguns dos personagens de Vozes 6 são apresentados: sobre Maria Elisa Ferraz de Carvalho Paciornik, lembra que ela deu "tapa de luvas" aos que se opuseram a seu nome, quando foi presidir a Cidade Industrial de Curitiba. No discurso, ao receber o Prêmio Personalidade AECIC, lembrou que era presidente da CIC "apesar de ser mulher".
Mentir é pecado
Saul Raiz, o ex-prefeito que revolucionou Curitiba com obras essenciais, muitas delas enterradas, como as de canalização de rios, Aroldo Murá lembra: dom Geraldo Fernandes, arcebispo de Londrina, em 1960, homem muito influente politicamente, ao ouvir de Saul que ele concluiria a Rodovia do Café em quatro anos (era diretor do DER, com Ney Braga), disse, incrédulo, o seguinte: Meu filho, mentir é pecado. Quem mente não vai para o céu... Saul viveu por 4 anos no "trecho", dormindo nas obras. "Está pronto para o paraíso", brinca Aroldo, recordando que a obra foi entregue no prazo.
Doutor dos políticos
Luiz Fernando Pereira (com Fernando Vernalha Guimarães), titular de uma das maiores bancas advocatícias do Paraná, é apontado pelo Vozes do Paraná como o grande especialista em Direito Eleitoral. "Ele é o doutor dos políticos", diz Aroldo, lembrando que, nesta época eleitoral, Pereira é muito procurado. Trata-se de nova realidade, assinala o livro, pois só a partir do final dos 1990 anotaram-se condenações de políticos por infração à lei eleitoral no estado. Os dois primeiros condenados foram Maurício Nasser e Brasílio Vilani.
Adalice e Mauri
Sobre Adalice Araujo, Aroldo conta como ela iniciou-se na carreira de crítica de arte: por influência de Ennio Marques Ferreira; Mauri Konig, o repórter investigativo que o Paraná entrega às Américas, com prêmios internacionais, é mostrado como caso de "self made man", de mãe analfabeta. "Mas foi ela que o incentivou a estar e ler muito..."; Maria Tereza de Queiroz Piacentini, apresentada no livro como "A Revisora", por espertise na língua portuguesa, revela-se, ao mesmo tempo, uma apóstola de espiritualidade indiana; e Paulo Eugênio Anunciação, presbiteriano, professor de Física da UEM (emérito), é autor de um livro desafiador, sobre a chamada inteligência do Universo: "Há alguém lá fora do Universo". Ele começou a vida como meteorologista do antigo Canal 6, ao lado de Rosa Maria Chiamulera, médica e depois vereadora, a então "Garota do Tempo".
Dupla comemoração com categoria, charme e carinho
Com a categoria que os define, os Paula Soares abriram seu casarão, no Bom Retiro, ao cair da tarde do último sábado, por duplo motivo: as Bodas de Diamante de Dora e Francisco de Paula Soares, e a bênção religiosa oficiada pelo pastor Silas Barbosa à filha do casal, Maria Eugênia, e ao chef Andrea Toscani, que acabavam de chegar da Itália, onde trocaram as alianças. Bela e longilínea, a noiva vestia criação em renda veneziana, enquanto Dora de Paula Soares usava corretíssimo modelo vermelho de Elie Saab, que veste entre outras a Rainha Rania da Jordânia. A arte que caracteriza aquela distinguida família curitibana trouxe encanto à cerimônia na voz de Antonia Wortberg, vinda da Alemanha, que cantou a Ave Maria de Gounod, e no número de flauta executado por André de Paula Soares , ambos acompanhados pelo violinista Fernando Bittencourt Vargas. Na ambientação, com toques da anfitriã, destacavam-se arranjos da impecável Flor de Liz, leia-se João Klas Neto e Fortunato Sukadolnik, e de Diego Felice. O bolo das Bodas de Diamante era grifado por Iris Suplicy enquanto o bolo dos recém-casados trazia igualmente o talento do próprio noivo e do chef Enzo Ambrosetti. Deles, também, as delícias do menu que incluía presunto San Daniele e risoto de brie trufado. Merecidas loas para os doces de Barbara Trevisani, La Table Douce e Eva-Doces. O som comandado pelo DJ Tite Clausi animou e estimulou danças.
Rodolfo Doubek, vizinho do vice-presidente dos Estados Unidos
Quem retornou de Nova York ao seu escritório da Lysímaco Ferreira da Costa é o arquiteto Rodolfo Doubek. De suas andanças, tem sempre a nos reportar curiosidades, marcas de cultura, points de elegância e que enriquecem roteiros e sugerem..., como a colossal escultura, Split Rocker, de 15 metros de altura de autoria do polêmico artista plástico norte-americano Jeff Koons. A instalação montada sobre a estátua de Prometeus no Rockfeller Center é um espetáculo de arrojo e beleza ornamentado com 50 mil espécimes de zínias, begônias, petúnias e gerânios. O controvertido e celebrado artista atrai atenções também com sua primeira retrospectiva no Whitney Museum of American Arts. Milhares visitam-na e vibram com suas obras, como o Balloon Dog Orange, vendido em leilão da Christies por 58 milhões de dólares. Atualizado com os mais categorizados espetáculos levados à cena teatro lírico e musical, Rodolfo Doubek aplaudiu com entusiasmo o celebrado James Franco em Of Mice and Men, do consagrado autor John Steinbeck, maior sucesso na Broadway. Ainda na Big Apple, Doubek teve a companhia da amiga Amy Adler, leia-se Condé Nast, em points da noite elegante como o Villard Michel Richard, novo espaço do The New York Palace, onde se hospedou e que acolhia também o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, seu vizinho de mesa.
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