No Paraná, 48% dos municípios fazem a coleta seletiva de lixo, conforme dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a 2008 e divulgada recentemente. Das 399 prefeituras, 190 desenvolvem programas de coleta seletiva. É a maior média entre os estados. São Paulo fica em segundo lugar, com 34%, e Rio Grande do Sul e Santa Catarina dividem o terceiro lugar, com 33% dos municípios com coleta seletiva.
Em Ponta Grossa, uma das cidades que adotaram a coleta seletiva, há quatro cooperativas de reciclagem que empregam pelo menos 100 pessoas. Ilza Mara Mendes, 34 anos, é uma das cooperadas. Há quatro anos, ela trocou o serviço de diarista para separar lixo reciclável. "Gosto de trabalhar aqui", resume. O rendimento mensal gira em torno de R$ 560. Em todo o Brasil há 18.895 pessoas ocupadas em atividades econômicas relacionadas ao manejo do lixo, segundo o IBGE.
Além do fomento econômico, a reciclagem aumenta a vida útil dos aterros. "O material reciclável é volumoso e com a reciclagem sobra mais espaço no aterro para a compactação do lixo orgânico", explica o diretor do Departamento de Limpeza Pública da prefeitura de Curitiba, Edélcio Marques dos Reis. Outros benefícios da reciclagem, acrescenta, são a reutilização de matéria-prima, a inserção social através do trabalho e a preservação do meio ambiente.
Em Ponta Grossa, as quatro cooperativas recebem em média 100 toneladas de resíduos por mês, mas apenas 70 toneladas são vendidas a empresas recicladoras. A fatia restante de 30% é levada ao aterro municipal. O Programa Nacional de Resíduos Sólidos, aprovado em 2010, prevê programas de coleta seletiva e reciclagem nos municípios, mas, segundo Reis, é preciso que todos tenham o hábito de separar o lixo úmido do seco. "Exige uma mudança de comportamento e, portanto, o poder público precisa fomentar isso com campanhas de conscientização", comenta.