Com crise de pressão arterial, a aposentada presa pela Polícia Federal na sexta-feira (3) acusada de comandar um esquema de desvios na Universidade Federal do Paraná (UFPR) precisou internada em um hospital de Curitiba. Hipertensa, Maria Áurea Roland tem 80 anos e, segundo sua defesa, passou por uma cirurgia de angioplastia com a colocação de três stents no último dia 24 de fevereiro.
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Servidora inativa da UFPR desde 1995, ela seria uma das três mentoras de desvios que passam de R$ 7,3 milhões, destinando bolsas de auxílio à pesquisa para pessoas sem qualquer vínculo com a instituição. Além de Maria Áurea, quatro pessoas foram presas na segunda fase da Operação Research: sendo que a filha e o genro da aposentada estão entre os detidos. Na primeira fase, em 15 de fevereiro, foram presos também um filho e um neto de Maria Áurea. Em depoimento prestado à PF, Marcio Roland contou que a irmã e o cunhado “enriqueceram de uma hora para outra sem qualquer explicação”.
No despacho dos mandados, o juiz federal Marcos Josegrei da Silva também ressalta que a família Roland atuaria em conjunto no desvio. “Tratava-se, pelo que se pode até agora constatar, de uma espécie de empresa criminosa familiar, em que as violações à lei penal eram praticadas pelos integrantes das mesmas famílias e o costume da apropriação do dinheiro do contribuinte transmitido de geração em geração, em uma espécie de perpetuação dos valores antiéticos aprendidos nas relações de parentesco próximo. Assim, montaram uma espécie de loteria privada mensal com dinheiro público, cujos participantes integravam sempre o mesmo círculo de amigos e parentes que agiam dolosa e inescrupulosamente para serem os ‘sorteados’”, descreveu o juiz.
Maria Áurea foi atendida pelo Samu ainda na carceragem da PF e levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Boa Vista, de onde teria sido transferida para um hospital. Segundo a Polícia Federal, ela recebeu alta no sábado (4) – mesmo dia em que voltou à carceragem. Ela permaneceu com escolta policial durante o período de internação.
Em nota, a UFPR informa que reitera “seu compromisso com a transparência e com a elucidação dos fatos. Neste sentido, a UFPR está confiante de que as responsabilidades serão apuradas, sempre resguardando as garantias e direitos individuais previstos em nossa Constituição, como o direito de defesa e a presunção de inocência. É de nosso interesse que as investigações avancem, permitindo que a verba desviada retorne o mais rápido possível ao erário público”.
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