Violação - Correios não se posicionam sobre prisões
A assessoria de comunicação dos Correios informou que a empresa só pretende se pronunciar sobre o caso dos carteiros presos acusados de quebra da inviolabilidade de correspondências quando for comunicada dos fatos pela Polícia Civil. A posição foi mantida, apesar de dois funcionários da empresa terem acompanhado ontem a ação. A empresa adiantou, por outro lado, que mantém ações voltadas à segurança postal, sem dar mais detalhes.
A quebra do sigilo de correspondência é considerada crime federal. Segundo o delgado-chefe do Centro de Operações Policiais (Cope) da Polícia Civil, Miguel Stadler, para evitar problemas, a população deve ter cautela e verificar a periodicidade com que recebe documentos, como faturas, por meio postal. "Deve-se verificar o extrato. Uma das vítimas levou meses para perceber (que estava sendo lesada)", alertou. (NF)
Foz do Iguaçu Um esquema de fraude de cartões de crédito que contava com a participação de carteiros e tinha conexões em Miami (EUA), na Argentina e no Paraguai foi desmontado ontem, em Foz do Iguaçu, com a prisão de quatro pessoas. Segundo o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil do Paraná, a quadrilha teria deixado um prejuízo de aproximadamente R$ 120 milhões a administradoras de cartões. Além disso, causou transtornos a centenas de pessoas que tiveram seus dados usados para a confecção dos cartões e que só tomaram conhecimento do golpe quando receberam as cobranças por compras realizadas no Brasil e no exterior.
O líder do grupo é apontado como Luiz Antônio de Oliveira, 32 anos. Ele foi preso com a mulher, Samanta Daniela Miras, 33 anos, em uma casa de classe média alta, no centro de Foz. Já os funcionários dos Correios Cleiton Deusdete Severo, 32 anos, e Magnus Candiá, 33 anos, foram detidos em Porto Meira, um dos mais populosos bairros da cidade. No Brasil, além de Foz e cidades da região, a quadrilha teria ramificações no Mato Grosso e contaria também com a conivência de porteiros de condomínios.
O esquema de fraude iniciava com o desvio de malas diretas das administradoras oferecendo cartões. Os carteiros evitavam a chegada ao destinatário, contando com a ajuda de porteiros de condomínios, e entregavam a correspondência aos membros da quadrilha. De posse de outras informações obtidas também com a violação de correspondências números de RG e CPF, profissão e nível salarial da vítima , os suspeitos falsificavam comprovantes de renda e de endereço, com o que conseguiam os cartões, posteriormente vendidos a terceiros.
Investigações
A polícia começou a investigar o grupo após denúncias de fraudes apresentadas por duas administradoras de cartões. Durante os trabalhos, um dos fatos que chamou a atenção dos policiais foi a entrega, em curto espaço de tempo, de pelo menos nove correspondências em um mesmo endereço. O verdadeiro destinatário dos cartões não tinha conhecimento do fato.
"As pessoas que foram presas são de Foz, embora atuassem em outras cidades. Elas conseguiam aprovar os cadastros com a documentação de pessoas idôneas e criavam um subcadastro. Assim, a correspondência, incluindo as senhas dos cartões, era enviada para eles", explicou o delegado-chefe do Cope, Miguel Stadler. Os presos são acusados de pelo menos cinco crimes: formação de quadrilha, estelionato, violação de correspondência, falsidade ideológica e falsificação de documentos. Com eles foram apreendidos um computador, contracheques de pagamento (holerites) em branco, disquetes e fotos.
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