A conjuntivite viral, infecção ocular com grande incidência nessa época do ano, pode ser evitada com alguns cuidados fundamentais, conforme alerta a Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria (Soblec), preocupada com o aumento de casos registrados em todo o país nos últimos três anos.
A presidente da Soblec, Tania Schaefer, disse que só esta semana atendeu 21 casos em seu consultório, em Curitiba. No verão, os grandes vilões para a saúde dos olhos são a proliferação de bactérias no ar, o contato com agentes químicos, a água contaminada, a maior exposição ao sol e a evaporação da lágrima, explicou.
A médica disse que uma epidemia viral de conjuntivite se instalou em algumas regiões do Sul do país e está fazendo com que muitas pessoas se contaminem também no Paraná e outros estados. Coincidindo com a chegada das férias, o problema se agrava e alguns cuidados são fundamentais para não transformar o momento de descanso no início de um problema para os olhos, alerta.
A presidente da Soblec disse que esse cuidado deve ser redobrado principalmente pelas pessoas que vão passar férias no litoral de Santa Catarina, que devem evitem tomar banhos em praias classificadas como impróprias.
A Secretaria de Saúde do Paraná não confirma uma possível epidemia. A assessoria de imprensa disse que não se trata de uma doença de notificação obrigatória, mas mesmo assim os registros feitos por cada município não demonstram alterações significativas em relação a doença.
Tania explica que o contágio se dá pelo contato físico do olho com as mãos, com objetos, em piscinas ou pelo uso de toalhas contaminadas.
Para piorar, no calor, a maioria das pessoas se alimenta mal e têm queda de imunidade, o que facilita a contaminação dos olhos. Por isso, cuidados com a alimentação e a higiene são fundamentais.
Ela enumera alguns sintomas de conjuntivite e orienta que se procure imediatamente um oftalmologista em casos de coceira, olhos vermelhos, pálpebras inchadas, sensibilidade luz e lacrimejamento.
E o que fazer antes, durante e depois? Tania Schaefer cita alguns cuidados como evitar ambientes fechados e com muita gente ar condicionado, que ajuda a disseminar a doença , restringir apertos de mão, abraços e beijos na face, não tocar objetos manuseados antes por portador da doença, lavar o rosto e as mãos com maior freqüência que o comum.
Se ficar com intolerância luz forte, usar óculos escuros, não coçar os olhos com os dedos, e se sentir necessidade de fazê-lo usar gazes esterilizadas ou lenços de papel e descartá-los imediatamente.
A médica recomenda ainda separar o travesseiro e trocar a fronha diariamente. Os casais devem,de preferência, dormir separados neste período.
E mesmo tendo desaparecido os sinais e sintomas, principalmente se foi usado colírio com corticóide, visitar novamente o oftalmologista para uma avaliação precisa.
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