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Rio – Perdas de R$ 35 milhões nos hotéis cariocas, movimento 25% menor em média na hotelaria nacional, menos 567 mil pacotes turísticos domésticos vendidos no Brasil. A indústria do turismo começa a fazer as contas dos prejuízos que a crise do setor aéreo – que se arrasta há mais de dois meses e desesperou os passageiros nas vésperas do Natal – causou no turismo do país no melhor momento dessa atividade econômica: as festas de fim de ano e as férias escolares. Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), cerca de 10% dos pacotes já comprados para o verão foram cancelados, e houve 15% de queda nas vendas em relação ao ano passado no movimento que costuma acontecer com antecedência para o período de férias entre janeiro e fevereiro.

No ano passado, foram vendidos 2,27 milhões de pacotes domésticos para o verão deste ano. Com essa queda de 25%, entre cancelamentos e vendas frustradas, chega-se a mais de meio milhão de pacotes que ficaram nas prateleiras das agências e das operadoras de turismo. E, segundo Edson Ruy, diretor da Abav nacional, que reúne as agências, e também da Braztoa, que representa as operadoras de turismo, há poucas chances de haver uma recuperação das vendas em janeiro.

Alfredo Lopes, da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) no Rio, estima, com base no movimento de reservas, queda na taxa de ocupação em janeiro e fevereiro, o que representará perda aproximada de R$ 35 milhões para os 27 mil hotéis do Rio. A taxa de ocupação, que atingiu 80% no verão passado, deve ficar entre 68% e 70% este ano. "E com essa situação de violência, não há como prever os efeitos no movimento. Queimaram um ônibus interestadual, com passageiros dentro. A nossa esperança era o turismo rodoviário, mas, com isso, até essa opção fica prejudicada."

Diante da situação da cidade, Lopes entrou com uma ação civil pública contra a União, "pelos prejuízos irreparáveis à imagem da cidade". O objetivo é fazer o governo adotar alguma medida para resolver definitivamente o impasse aéreo, "que todo o dia tem um capítulo diferente".

A queda no Rio atinge o movimento de Foz de Iguaçu. Segundo Eraldo Alves da Cruz, presidente da ABIH nacional, os turistas estrangeiros que chegam ao país pela cidade costumam ir também às cataratas. A perda estimada é de 25%, diz Marcelo Valente, diretor da ABIH naquela região. Desde a crise na Varig, o turismo local está retraído.

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