A pesquisa do IBGE mostra que o desempenho da indústria ligada à pecuária foi negativo no primeiro semestre do ano queda de 0,5% em relação a igual período de 2005. No caso dos rebanhos bovino e suíno (-2.8%), o anúncio de focos de febre aftosa no Paraná e Mato Grosso do Sul e conseqüente embargo à carne brasileira por compradores internacionais foi o responsável pelo resultado ruim. Na outra ponta da produção industrial atrelada à pecuária, o segmento de produtos veterinários dosados assistiu a um aumento de 16% em sua produção no período.
Por outro lado, ainda com relação aos insumos, o segmento de rações teve queda de 1,8% na produção com impacto direto nos números da agricultura, principalmente na produção de derivados de milho, para ração animal.
A indústria de derivados de aves teve resultado ainda pior que a dependente de bovinos e suínos: queda de 3,6%, explicada principalmente pelos casos de gripe aviária na Europa e Ásia, o que derrubou o consumo dos produtos em todo o mundo.
Com isso, o setor de produtos industriais derivados da pecuária mostrou retração de 0,9% no primeiro semestre. O resultado só não foi pior porque os derivados de leite apresentaram crescimento de 4,7%. "A produção de leite é voltada principalmente para o mercado interno. E como houve aumento na renda da população, o consumo também cresceu", avalia o economista da Coordenação de Indústrias do IBGE, Fernando Abritta. Outro setor que puxou para cima o desempenho da indústria agropecuária foi o de couros e peles neste caso por conta do aumento de exportações, já que o setor é bastante dependente do mercado externo.