O índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de janeiro foi divulgado no último dia 13 confirmou as expectativas de que a pedida de reajuste salarial de motoristas e cobradores e o oferecido pelas empresas de ônibus de Curitiba estão muito próximos. O porcentual acumulado do índice entre fevereiro de 2015 e janeiro deste ano ficou em 11,3%. Agora, o impasse está apenas no porcentual de reajuste do vale-alimentação: motoristas e cobradores querem 20%, enquanto as empresas oferecem apenas a inflação.
O vale-alimentação da categoria está em R$ 415. A correção desse benefício pela inflação o elevaria para R$ 460, mas os trabalhadores estão pedindo R$ 500. Como o transporte coletivo de Curitiba e região empresa atualmente 13 mil trabalhadores, essa diferença de R$ 40 daria um custo adicional de R$ 520 mil aos cofres do setor – 17% de um dia de arrecadação.
Motoristas e cobradores de ônibus veem conquistando aumento real desde 2009. Para o presidente do sindicato de motoristas e cobradores (Sindimoc), Anderson Teixeira, entretanto, as altas nos custos do país e o desequilíbrio do setor em Curitiba devem pesar na negociação deste ano. Entre 2011 e 20013, o aumento acima da inflação sempre superou a cada dos três pontos percentuais.
Como ainda há essa discrepância entre proposta e oferta, é provável que o Sindimoc ajuíze um dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) nos próximos dias. O porcentual de reajuste em salários e benefícios é aguardado para que seja definida a nova tarifa técnica do transporte coletivo, cuja data contratual de reajuste é 26 de fevereiro.
Apesar das sucessivas greves desencadeadas pelos atrasos nos pagamentos dos salários das categorias, esse recurso não foi acionado durante as negociações para reajuste salarial em 2015. O Sindimoc chegou até a abrir um indicativo de greve naquela ocasião, mas o recurso foi abortado após os trabalhadores aceitarem a oferta de 9% de reajuste - 1,87% acima da inflação medida pelo INPC.