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Mauren Morena, 44 anos, foi fumante durante três décadas e está há 10 meses sem colocar um cigarro na boca. Ela resolveu parar de fumar de um dia para o outro. "Estava com uma tosse irritante e seca, que já durava seis meses e me tirava o fôlego", lembra. A servidora pública conta apenas com sua força de vontade – não procurou ajuda médica e confessa que a recuperação é difícil. "Sinto muita falta ainda. Todo dia penso que amanhã não vou agüentar", diz.

Para ela, o Dia Mundial de Combate ao Fumo, comemorado hoje, sempre passou despercebido. Mas agora a data pode ajudá-la no esforço para se manter entre os 4% de fumantes que largaram o vício sozinhos e conseguem ficar sem cigarro. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 90% dos fumantes têm vontade de parar de fumar. Deste total, apenas 5% conseguem se manter longe do cigarro sozinhos e pelo menos 1% deles voltam a fumar em um ano. Segundo a fisioterapeuta Eliane Marcon Fortes, que coordena o programa municipal "Ajudando seu Paciente a Parar de Fumar", na Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho, o acompanhamento aumenta em 40% a chance de permanecer longe do vício.

Em Curitiba, além da Ouvidor Pardinho, o programa também é oferecido na unidade de saúde da Vila Hauer e no Hospital Cajuru. Os interessados devem procurar uma unidade de saúde para se inscrever. O tempo de espera pode ser de até dois meses, mas a coordenadora lembra que novas equipes estão sendo capacitadas para que o programa seja oferecido em outras unidades do município.

O Hospital Santa Cruz também se prepara para, nos próximos meses, começar a oferecer gratuitamente vagas no Programa Viva Livre. De acordo com uma das coordenadoras, a fisioterapeuta Ana Luiza Oliveira Prado Souza, a intenção é montar um grupo de seis a sete pessoas a cada mês. O programa vai continuar a ser oferecido mediante pagamento. Mas a coordenadora diz que o valor pode ser pago com o dinheiro que o participante usava para comprar cigarros.

O Hospital Erasto Gaertner também possui o Grupo Terapêutico de Apoio ao Tabagista, direcionado a seus pacientes. A primeira etapa do projeto consiste em sensibilizar o paciente. Na segunda fase, a proposta é uma mudança comportamental, que implica em evitar hábitos que estimulem o vício.

Quem não conseguir vagas nos programas ainda pode conseguir apoio no Disque-Pare de Fumar (0800-611997 – opção 6), do Ministério da Saúde. Esse serviço presta informações sobre os métodos de tratamento e os efeitos da síndrome de abstinência.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo é atualmente a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Existem hoje em todo o planeta cerca de 1 bilhão e 200 milhões de fumantes e 10 mil mortes diárias têm origem no consumo de cigarro.

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