Pelo menos 20 médicos formados no exterior e que vão trabalhar em municípios paranaenses dentro do programa Mais Médicos devem começar a atuar a partir da semana que vem. Inicialmente, os profissionais deveriam ter começado a trabalhar na segunda-feira passada, mas como não obtiveram os registros provisórios a tempo, ficaram impossibilitados de iniciar as atividades. Nesta semana, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) liberou oito registros e até segunda-feira devem ser liberados outros 12.
Durante a semana de espera, os médicos aproveitaram o tempo para conhecer mais o sistema de saúde das cidades em que vão trabalhar e organizar aspectos práticos da vida pessoal, como aluguel de casa e mudança. Foi isso que fizeram os médicos André Marcomini e Sérgio Lopez. Os dois, que vão trabalhar em unidades de saúde de Pinhais, se formaram na mesma instituição de ensino na argentina e passaram a última semana em busca de uma residência para alugar. "Por enquanto, estamos procurando uma casa. Mas é chato ficar nessa situação, porque esperávamos chegar e já trabalhar", comenta Marcomini, que é brasileiro e se formou no exterior. Segundo ele, toda a documentação solicitada pela medida provisória (MP) do Mais Médicos foi entregue à coordenação do programa já na semana de acolhimento dos intercambistas, no Rio de Janeiro.
A demora para a entrega dos registros provisórios dos médicos formados no exterior gerou um mal estar entre governo e os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Na quarta-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) chegou a solicitar à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigasse as condutas dos CRMs que extrapolassem o prazo de 15 dias previsto na MP para conceder os registros. Os CRMs, porém, afirmam que o Ministério da Saúde é que se atrasou para enviar a solicitação do documento. No CRM-PR, por exemplo, até o início desta semana ainda não havia chegado o pedido de registro de seis dos 30 médicos que vão atuar no programa.