Em Curitiba para anunciar obras do metrô da capital pela terceira vez, ontem, a presidente Dilma Rousseff (PT) surpreendeu ao incluir a revitalização do Contorno Sul da capital paranaense no programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Estimada em cerca de R$ 400 milhões, a obra prevê uma recauchutagem completa do trecho de 14,6 quilômetros, que vai da BR-277, no bairro Orleans, até a BR-116, na altura do trevo da Ceasa. Com essa obra, a cidade vai receber um aporte de R$ 5,6 bilhões para obras de mobilidade urbana, incluindo as verbas para o metrô, ampliação do BRT, conclusão da Linha Verde e remodelação do Inter 2.
O projeto do Contorno Sul é elaborado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), em parceria com o Ippuc, em razão das interferências do traçado na área urbana, especialmente na parte sul da Cidade Industrial de Curitiba. Segundo o DNIT, a projeto da obra está em fase final, com previsão de término em junho. Segundo Dilma, a licitação da obra pode sair até o fim de agosto, por meio do Regime Diferenciado de Contratações (RDC).
Metrô
A obra mais cara do pacote é o metrô, que vai custar R$ 4,5 bilhões, e teve uma "novidade": o retorno de uma estação que havia sido eliminada do traçado junto com outras quatro quando o consórcio Triunfo Participações e Investimentos, vencedor do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), apresentou o projeto do modal. De acordo com o secretário municipal de Planejamento, Fábio Dória Scatolin, a Estação Santa Regina, que fica entre os terminais do Pinheirinho e Capão Raso, havia sido excluída por conta da demanda pequena de passageiros. "Houve uma insistência do prefeito, a partir das audiências públicas, então optamos em colocá-la", diz.
O prefeito Gustavo Fruet (PDT) afirmou que a cidade "fez a lição de casa" sobre o metrô e ressaltou a importância do conjunto de obras de mobilidade, que devem ficar prontas em até três anos. "Estamos colocando as contas em dia, mas não é simples. É a era das cidades. Temos de apressar o passo. A cidade cresceu mais que a capacidade de intervenção". Segundo Fruet, Curitiba receberá até o fim de sua gestão R$ 9 bilhões em investimentos.
A presidente Dilma ressaltou a importância de humanizar os ambientes urbanos e concordou com o prefeito. Segundo ela, o século é das cidades e o desafio será sociabilizar as grandes metrópoles. Um dos instrumentos para isso, segundo ela, é investir em novos modais e dar eficiência ao transporte público.
"Sem a questão do transporte público de qualidade resolvida, não resolveremos a questão da mobilidade da cidade. Curitiba diferente de São Paulo e Rio de Janeiro tem a oportunidade rara. Nós podemos agora fazer investimentos para cidade ter acesso ao trilho e seja com trilho ou com a canaleta segregada, trata-se de garantir transporte rápido e eficiente", afirmou.
Dilma ainda defendeu o subsídio para a implantação de grandes obras. "Colocamos, sim, dinheiro a fundo perdido. Subsídio é necessário e sem isso não tem obra". A carteira de investimentos em mobilidade do governo gederal é de R$ 143 bilhões.
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