Dois meses depois de dados do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), terem indicado o aumento do desmatamento na Amazônia após quatro anos consecutivos de queda, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciou medidas que estão em desenvolvimento para melhorar o monitoramento da região.

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Os presidentes do Ibama, Volney Zanardi, e do Inpe, Leonel Fernando Perondi, detalharam ontem os planos para a atualização do sistema Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). Em operação há 10 anos, ele elabora mapas diários a partir de imagens recebidas do satélites e aponta áreas com indícios de desmatamento.

É a partir dessas informações que os agentes dos órgãos de controle fazem a fiscalização de campo. O problema, dizem os dirigentes, é que o Deter tem baixíssima resolução e é "míope", de modo que muitas das manchas de degradação identificadas não representam necessariamente extração de madeira - podem ser espelhos d’água, incêndios ou mesmo afloramento rochosos.

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O objetivo do Ibama é colocar em operação em até dois anos o sensor Awifs, que já funciona como projeto piloto e que colhe imagens de melhor resolução feitas por um satélite indiano. A ideia é que o sensor atualizado torne a ação dos agentes do Ibama mais eficiente e evitar o desperdício de recursos.

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Em coletiva de imprensa, Zanardi negou que o instituo tenha segurado dados negativos do desflorestamento para beneficiar a campanha da presidente Dilma Rousseff. O site do jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem segundo a qual foram desmatados 1.626 quilômetros quadrados na Amazônia em agosto e setembro, o que representa aumento de 122% sobre o mesmo período de 2013.

Os dados, ainda não tornados públicos, são do Deter e teriam ficado prontos antes do segundo turno. "Esse número não serve como indicador da taxa anual de desmatamento da Amazônia", alegou Zanardi.

De acordo com ele, as informações do Deter são para balizar o trabalho de fiscalização do Ibama e a primeira estimativa oficial do desmatamento do período de julho de 2013 a agosto de 2014 será o do sistema Prodes, divulgado ainda neste mês.

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O último levantamento do Prodes, no entanto, já revelou um crescimento dos índices de perda de vegetação na Amazônia. A taxa média de desmatamento que vai de julho de 2012 a agosto do ano passado foi de 5.891 quilômetros quadrados, frente 4.571 quilômetros quadrados no período anterior, revertendo uma curva de queda ininterrupta que vinha desde 2008. Segundo Zanardi, a expectativa do instituto é que o número que será anunciado neste mês seja igual ou menor ao de 2013.