As ações recentes para contornar a crise na rede básica de saúde de Cascavel não surtiram o efeito desejado pela administração municipal. Pelo contrário, as reclamações sobre o atendimento aumentaram. Entre as queixas estão a falta de médicos e o agendamento de consultas nos postos de saúde. De acordo com um levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, a cidade precisa de 119 médicos para atender a demanda local.
O déficit aumentou nos últimos dois anos, quando o município exigiu a presença dos médicos por 4 horas diárias nas unidades básicas de saúde. A exigência da jornada de trabalho partiu do ex-prefeito Edgar Bueno (2001-2004) e acabou virando processo que está em curso na Justiça Estadual. Entre 2004 e 2005, 35 profissionais concursados pediram a exoneração de seus cargos. O atual prefeito, Lísias de Araújo Tomé (PPS), que é médico, também não obteve, até agora, sucesso no que se refere ao atendimento, e muito menos conseguiu atrair novos médicos para a rede básica.
Em um ano e meio, Lísias trocou três secretários de Saúde e nomeou, há dois meses, o administrador Nadir Wille para a pasta. Uma das medidas anunciadas recentemente é a contratação urgente de 35 médicos para recompor as equipes nos postos de saúde onde há maior demanda. A admissão de novos médicos está sendo feita por meio de convênio entre a prefeitura e a Associação Nova Aliança (ANA), com um salário bruto de R$ 2.420 51% maior que o salário pago aos 86 médicos concursados. "Há um desestímulo salarial para trabalhar no município. Pretendemos, no próximo concurso público, melhorar o atual piso da categoria", ressalta Wille.
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