Depois de o governo passar a bancar, com o Financiamento Estudantil (Fies), cada vez mais alunos nas instituições privadas de ensino superior, os valores médios das mensalidades começaram a aumentar. A partir de 2011, a alta dos preços cresceu em uma média anual de 2,9%, passando de R$ 575 para R$ 645. Antes desse período, a curva era de queda nos últimos dez anos. Os dados foram elaborados pela CM Consultoria com base na Análise Setorial do Ensino Superior Privado da Hoper Educação, de 2014.
Mudanças nas regras do Fies em 2010, com aumento no prazo para quitar a dívida e a queda nos juros (de 6,5% para 3,4% ao ano), facilitaram o acesso ao programa. A maioria dos financiamentos tem sido firmada por alunos já matriculados. Até 2014, o custo do Fies cresceu 13 vezes, de R$ 1,1 bi para R$ 13,4 bi ao ano, mas a média anual de aumento de estudantes na rede privada foi de 5%, entre 2003 e 2009, para 3% desde 2010.
Carlos Monteiro, da CM Consultoria, diz que "como a maioria das instituições acabou transferindo para o Fies aquele aluno que ela dava desconto ou bolsista, isso gerou o crescimento do ticket médio por aluno quando ela passou a receber do governo".
Segundo o professor Celso Napolitano, presidente da Federação dos Professores do Estado de São Paulo, as instituições fixam as mensalidades nos "preços de vitrine", sem descontos ou facilidades. "Elas estão condicionando ao governo e ao aluno, no futuro, os preços que elas querem. As empresas definem a margem de lucro que procura e definem os valores das mensalidades", diz Napolitano.
Lucratividade
O Grupo Kroton-Anhanguera, por exemplo, teve uma margem de lucro da operação (a chamada Ebitda, da qual se descontam juros, impostos e depreciação) de 41,5% de janeiro a setembro de 2014 - no ano anterior, essa margem foi de 36,1%. Como comparação, a Ambev, uma das empresas mais eficientes do país, teve margem Ebitda de 44,3% no ano passado. Procurado, o grupo não comentou a reportagem.
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