Com a suspensão da greve na última sexta-feira (25), servidores do INSS de todo o Paraná devem normalizar os atendimentos à população na próxima quinta-feira (1°.). A previsão leva em conta a reunião de assinatura do acordo fechado entre o governo federal e o comando nacional do movimento, marcada para as 17 horas desta terça (29), em Brasília. Caso a data do encontro sofra alteração, a reabertura das agências também poderá mudar.
De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho Previdência Social e Ação Social do estado (Sindprevs), a previsão da retomada dos serviços é válida para todo o país. Até agora, pelo menos 14 estados decidiram seguir a orientação do comando nacional de greve da Previdência Social, que pediu pelo fim do movimento depois de conseguir ajustar com o governo um aumento salarial de 10,8% (5,5% em 2016 e 5% em 2017), além de adequar valores de outros benefícios da categoria.
Se a reunião para a assinatura do acordo for mantida para esta terça – o que, segundo o Ministério do Planejamento, já consta na agenda do secretário das relações do trabalho, Sérgio Mendonça –, os trabalhadores voltam ao trabalho já no dia seguinte. Mas, de acordo com um dos diretores do sindicato da categoria no Paraná, Nelson Malinowski, no estado, o primeiro dia de retorno ao serviço será utilizado para atualização da dinâmica interna dos trabalhos, como atualização de senhas e sistemas.Em demais estados, a abertura deve ocorrer entre quarta e quinta-feira.
Durante os 81 dias da greve da previdência no estado, o Sindprevs estima que mais de 200 mil atendimentos deixaram de ser realizados. A maior agência do INSS em Curitiba, que fica na Rua XV de Novembro, no Centro, costumava realizar, antes da paralisação, uma média de 800 atendimentos por dia. Em todas as agências da região metropolitana, esse número sobe para aproximadamente 5 mil.
Normalização terá prioridades
Na manhã desta segunda-feira (28), a gerência regional da Grande Curitiba se reuniu com o sindicato dos servidores para traçar estratégias capazes de atender às demandas que ficaram como saldo da paralisação. A tendência é de que, em agências menores, como as de cidades da região metropolitana, todos os atendimentos que deixaram de ser feitos sejam reagendados até o fim do ano.
Conforme Malinowski, a normalização dos atendimentos que ficaram pendentes por causa do movimento grevista – deflagrado no dia 7 de julho – levará em conta a prioridade dos agendamentos. Por isso, pedidos de pensão por morte, salário maternidade e aposentadoria de desempregados devem ir para o topo da lista.
“Até o final do ano, a normalização é possível para agências com movimento não muito grande”, afirma o diretor do Sindprevs. “Mas, faremos de tudo para botar os serviços em dia. Vamos trabalhar com a possibilidade de realocações de servidores de agências menores para agências maiores, para aumentar nosso compromisso.”
Já o atendimento na área de perícias médicas deve continuar restrito. A categoria, em greve há mais de 20 dias, garante que a paralisação tem 85% de adesão em todo o país. O diretor da Associação Nacional dos Médicos Peritos, Luiz Argolo, informou que a expectativa é que as negociações possam começar nos próximos dias.