A Mega da Virada, que será novamente sorteada nesta terça-feira (31), não traz só um histórico de altos prêmios em dinheiro, mas também o de brigas, disputas judiciais e até de crimes envolvendo os ganhadores, o que desperta um cuidado a mais entre os sortudos na hora de sacar a bolada, que neste ano será de R$ 200 milhões.
Para que os ganhadores garantam a retirada do prêmio, a Caixa Econômica Federal, que realiza os sorteios, tem algumas exigências para a retirada de valores acima de R$ 1.710,78.
De acordo com a assessoria de imprensa do banco, os vencedores com ganhos maiores que os R$ 1,7 mil devem portar os documentos oficiais de identidade com foto, além do bilhete original. A Caixa informa que ao apresentar os documentos nas agências lotéricas, cabe aos atendentes validarem os bilhetes depois de avaliar os "aspectos visuais" do ganhador e de conferir outras informações, como a modalidade da loteria, o número do concurso, os números apostados e a data da aposta.
Depois disso, o atendente deve anotar os dados do apostador no próprio bilhete e no recibo de pagamento do prêmio. Entretanto, se o bilhete já tiver os dados de identificação do ganhador, o prêmio será entregue ao titular dos dados que estiverem no bilhete, mediante apresentação do documento. Já os bolões feitos pelas famílias, empresas e amigos, que são feitos de maneira informal, são "fortemente desaconselhados" pela Caixa, que embora não os proíba, oferece aos jogadores a possibilidade de realizar apostas coletivas pelo Bolão Caixa, o que pode evitar dores de cabeça na hora de dividir o prêmio entre os vencedores.
Brigas e crimes
Por causa da disputa pela divisão do prêmio da Mega Sena, muitos casos de brigas e até de crimes rondaram os ganhadores. Um dos casos mais conhecidos é o dos irmãos Rogério e José Agostinho, do interior de São Paulo. Os dois fizeram uma aposta em 14 de setembro deste ano, o que lhes rendeu R$ 7,8 milhões cada. Entretanto, um deles afirmou que perdeu o bilhete. De acordo com a Caixa Econômica Federal, o valor total foi resgatado em Ribeirão Preto no dia 20 de setembro, o que levou Rogério, que supostamente sacou o dinheiro, a ser investigado pela Polícia Civil. Não há informações se o dinheiro foi repartido ou não.
Já no dia 23 deste mês, dois irmãos também de São Paulo que ganharam R$ 7,8 milhões foram sequestrados por um grupo de assaltantes, que exigiam R$ 500 mil para o resgate. Os dois foram libertados pela polícia no dia 24 e os criminosos foram presos.
Além destes dois episódios, outro caso emblemático é o da Viúva da Mega Sena. Em janeiro de 2007, o ex-lavrador Renné Senna, foi assassinado com quatro tiros em Rio Bonito, no Rio de Janeiro. Renné ganhou R$ 52 milhões em 2005 e as suspeitas recaíram sobre a viúva, Adriana Almeida, que é uma das herdeiras da fortuna. Adriana, porém, foi inocentada em 2010 e tenta entrar em acordo com a filha de Reneé para dividir o dinheiro.
Bolões
Os bolões também foram motivo de discórdia entre alguns dos vencedores da Mega Sena, tanto os legalizados pela Caixa Econômica Federal, que são feitos nas próprias agências lotéricas, quanto os bolões informais.
Em setembro de 2007, o empresário Altamir José da Igreja e o seu funcionário Flávio Biassi Junior, de Joaçaba em Santa Catarina, fizeram um bolão e concordaram em dividir pela metade o valor total do prêmio, de R$ 27,78 milhões. Entretanto, o patrão, que estava em posse do bilhete, sacou todo o dinheiro e não repartiu com o então empregado, que entrou com uma ação contra o empresário. Em 2012, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela divisão do prêmio.
Já na cidade de Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul, um dos funcionários de uma agência lotérica esqueceu de fazer a aposta de um grupo de 40 pessoas, que ganhou o prêmio de R$ 53 milhões, o que daria direito a R$ 1,3 milhão para cada um. Apesar de os apostadores terem um papel fornecido pela lotérica com os números que teriam sido apostados, a Caixa não o aceitou como comprovante, o que fez com que os apostadores ficassem sem a premiação.