A Polícia Militar (PM) registrou oficialmente somente quatro casos de roubo na Virada Cultural 2015. O número é cerca de um quinto (20%) do registrado em 2014, quando 21 ocorrências foram oficializadas. Além disso, só um furto foi identificado pela PM, ante 4 na edição anterior. No total, 73 pessoas foram detidas ao longo do evento, que teve início às 18h do sábado (20), e foi até as 20h de domingo (21). Em 2014, foram 108.

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O dado, no entanto, pode estar subnotificado, já que a PM ainda não compilou totalmente as informações do evento. Além disso, muitas ocorrências não são registradas, já que nem sempre a vítima apresenta queixa. A reportagem do jornal O Estado de S.Paulo flagrou um roubo de mochila e smartphone logo nos primeiros minutos da Virada, no Vale do Anhangabaú, feita por dois adolescentes. Eles bateram em um estudante de 21 anos, que teve ferimentos leves no rosto, e levaram os itens. O caso não foi registrado.

A edição 2015 da Virada teve 200 policiais a mais do que em 2014, com 3.400 PMs nas ruas, além da adoção de uma metodologia diferente, que estendeu o efetivo no horário crítico (das 23h de sábado às 4h de domingo), além de mais circulação de viaturas pelos corredores entre um palco e outro.

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Segundo a PM, além dos roubos, todas as outras ocorrências tiveram diminuição neste ano. Houve uma arma apreendida, contra seis em 2014. Tráfico de drogas teve cinco casos registrados, ante 27 em 2014. Uma lesão corporal foi registrada (briga), três a menos do que em 2014. Não houve nenhum registro de violência grave, sendo que em 2014 foram registrados casos de esfaqueamento e de pessoas baleadas. Houve ainda um procurado pela Justiça encontrado, contra 3 no ano passado.

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) também apresentou dados de queda. Segundo o secretário de Segurança Urbana, Ítalo Miranda Junior, foram apreendidos, no total, 28 mil itens ilegais, 30% deles bebidas. A GCM também apreendeu uma arma, além de 306 porções de drogas-lança-perfume, crack e cocaína. Nove foram detidos pela guarda e dois adolescentes, apreendidos.

Para o comandante geral da GCM, Gilson Menezes, a diminuição de casos foi fruto de uma relação maior entre as instituições. “Houve uma relação muito estreita entre a Guarda Civil e a PM. Não tivemos sobreposição de espaços, muito pelo contrário. Houve compartilhamento de território”, disse.

O comandante do policiamento da capital, Reinaldo Zychan, destacou também o funcionamento da Sala de Crise, uma espécie de central de videomonitoramento acompanhada pelas autoridades municipais e estaduais em casos de eventos de grande porte ou emergências no município.

Outra hipótese para a diminuição da violência foi a diminuição de público. Neste ano, a Secretaria Municipal de Cultura não informou estimativa de pessoas no evento, nem a PM. Segundo o secretário municipal Nabil Bonduki, que reconheceu movimentação menor durante a madrugada, não há uma metodologia precisa que possa mensurar o número de pessoas que participaram do festival.

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AVCB

O coronel Zychan afirmou durante a coletiva que a Prefeitura não entregou o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) para nenhum dos 27 palcos do evento. O documento prevê normas de segurança em eventos como a apresentação da planta dos palcos, o nome do engenheiro responsável pela parte elétrica, as rotas de fuga e a apresentação do projeto como um todo. A falta do laudo motivou a PM a entrar com um requerimento no Ministério Público Estadual (MPE), pedindo o cancelamento dos eventos no Minhocão, o que acabou sendo feito por um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Os outros palcos, no entanto, continuaram sem o documento, segundo Zychan, que disse que no ano passado estes laudos também não foram apresentados.