Uma mulher de cerca de 40 anos com identidade não informada se apresentou à Delegacia de Homicídios (DH) de Curitiba, na segunda-feira, como autora dos disparos que mataram Luiz Cleverson de Andrade, 28 anos, na quinta-feira da semana passada, no bairro Umbará. A vítima participava de uma manifestação na Rua Nicola Pellanda, promovida por moradores para reivindicar redutores de velocidade na via.
Segundo a delegada titular da DH, Vanessa Alice, a mulher é uma microempresária de Curitiba, se apresentou espontaneamente e confessou ter atirado contra Andrade. Mas ela disse que efetuou os disparos porque pensou que seria assaltada. A acusada contou à polícia que por volta das 23 horas de quinta-feira passava pela Nicolla Pellanda em seu carro quando viu os entulhos colocados na via pelos manifestantes para bloquear a rua. De acordo com a mulher, quando parou o veículo, seis pessoas cercaram o carro, desferindo socos e chutes contra a lataria e os vidros. Assustada, a microempresária teria aberto o vidro da janela e disparado contra Andrade, que morreu no local.
O revólver calibre 38 usado no crime foi entregue à polícia. O carro que a mulher dirigia no dia do crime também foi apreendido e será periciado para constatar se os manifestantes chutaram a lataria. De acordo com a delegada, a mulher será indiciada por homicídio, mas responderá pelo crime em liberdade. "Ela tinha porte de arma, não possuía antecedentes criminais e se apresentou espontaneamente, colaborando com as investigações."
A rua
No dia 12, três pessoas foram atropeladas na Nicola Pellanda. Pela manhã, o garoto Eduardo Padilha Ramos, de 11 anos, foi atropelado por um caminhão. Ele foi socorrido e ainda está internado em estado grave no Hospital do Trabalhador. Moradores então iniciaram o protesto. No fim da tarde, quando o protesto já tinha acabado, Maria do Rosário Melo, de 56 anos, e a neta, de 7 anos, também foram atropeladas. A mulher morreu no local e a criança foi hospitalizada e recebeu alta na sexta-feira. Após o segundo acidente, moradores voltaram a bloquear a rua. Neste segundo protesto, Cléverson, tio de Eduardo, foi assassinado.