Após a definição da nova tarifa do transporte coletivo, que passou de R$ 3,70 para R$ 4,25 nesta segunda-feira (6), os motoristas e cobradores de ônibus passaram a pressionar o sindicato patronal para avançar na negociação salarial. Com a data-base fixada no dia 1.º de fevereiro por decisão judicial, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) solicitou uma audiência na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, ligada ao Ministério do Trabalho, para discutir a questão e acabar com o que considera uma “inércia” das empresas de transporte. A mesa de negociação foi marcada para a próxima quinta-feira (16).
De acordo com o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, o aumento dos motoristas e cobradores não foi discutido desde que a pauta de reivindicações foi entregue ao sindicato patronal, no fiim do mês de janeiro. “A passagem já subiu, o mês de fevereiro está passando e existe uma pressão da categoria para que o reajuste seja fixado”, afirmou. Na pauta dos trabalhadores está o aumento de 15% no salário, a equiparação do vale-refeição e alimentação aos funcionários da Urbs, passando de cerca de R$ 500 para R$ 970, além de outros 78 itens que envolvem o dia-a-dia da profissão.
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Teixeira afirmou que a intenção da reunião da próxima quinta-feira é negociar. Caso a resposta do sindicato patronal seja negativa, o Sindimoc poderá abrir um dissídio coletivo e buscar um indicativo de greve. “A possibilidade de greve não está descartada. Mas, num primeiro momento, queremos negociar”, afirmou.
Negociação antecede tarifa técnica
A tarifa social subiu, mas a tarifa técnica – valor pago pela Urbs para as empresas que administram o transporte ainda não foi modificada. Hoje, dos R$ 4,25 pagos pelo passageiro, R$ 3,66 são repassados às empresas – mesmo valor de antes do reajuste. A data-base para a definição da tarifa técnica é 26 de fevereiro.
De acordo com o Sindicato de Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), o reajuste salarial dos motoristas e cobradores precisa acontecer antes da definição do novo valor da tarifa técnica. Segundo o Sindicato, o salário dos trabalhadores é o item de maior peso nos custos do sistema, respondendo a mais de 50% na planilha que forma a tarifa técnica. Ainda de acordo com o Setransp, não há data marcada para a definição da nova tarifa técnica.
O Setransp ainda informou que está analisando a pauta de reivindicações dos trabalhadores.
Procurada pela reportagem, a Urbs informou que não vai se pronunciar sobre o reajuste de motoristas e cobradores antes da reunião marcada para a próxima semana.