No primeiro dia de redução dos limites de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros, em São Paulo, motoristas e motociclistas já encontraram formas de se adaptar à nova regra.
Nas pistas expressas das marginais, a máxima permitida caiu de 90 km/h para 70 km/h; na central, de 70 km/h para 60 km/h; na local, de 70 km/h para 50 km/h.
A mudança está sendo fiscalizada pelos 18 radares fixos existentes nessas vias – um aparelho a cada 2,4 km na Tietê e um a cada 2,8 km na Pinheiros.
Para driblar as multas, alguns veículos trafegavam no modo “acelera-e-freia”: trafegam acima da velocidade permitida e só reduzem quando se aproximam dos radares.
O autônomo Edson Matias admite que a prática era comum, mas aumentou agora. “Todo mundo está diminuindo a velocidade na hora do radar. Essas novas reduções vão gerar mais transtorno ainda”, afirma.
As multas por excesso de velocidade podem variar de R$ 85 a R$ 575, dependendo de quanto os limites foram ultrapassados.
“Os carros estão andando normalmente, como se a velocidade máxima fosse 60 km/h”, conta a vendedora Camila Pereira, que dirigia na marginal Tietê pela manhã.
“Vi caminhões andando a 70 km/h na via expressa.” No caso dos veículos pesados, a velocidade máxima autorizada é de 60 km/h.
Apesar das placas que informam as novas velocidades ao longo das vias, a reportagem presenciou carros, caminhões e motocicletas trafegando nas máximas antigas.
Havia carros que mantinham a velocidade em cerca de 60 km/h nas faixas locais, caminhões que transitavam acima de 60 km/h nas vias expressas e motocicletas que ultrapassavam os 60 km/h permitidos nas vias centrais.
“Agora a gente tem que passear na marginal. Daqui a pouco até as bicicletas vão passar as motos”, brinca o motoqueiro Fábio Pereira.
Motoristas que rodam pelas vias também dizem que há motociclistas que tampam suas placas com as mãos para impedir a identificação pelos radares.
Outra reclamação foi de que vias que dão acesso à marginal Tietê têm limites de velocidade acima mais altos. “É estranho sair de uma rua que tem o limite mais alto que o da via expressa da marginal, que deveria ser mais rápida que a outras”, conta.
Nas redes sociais, internautas protestaram contra as novas regras com humor. Montagens compartilhadas entre amigos diziam que novos tipos de veículos serão liberados nas marginais: velocípedes na pistas expressas e andadores infantis nas locais.
Motivos
A medida foi definida pela gestão Fernando Haddad (PT) com a justificativa de reduzir os acidentes. As marginais Tietê e Pinheiros são as campeãs em vítimas do trânsito na capital -em 2014, deixaram 73 mortos e 1.399 feridos.
A diminuição dos limites tem a aprovação majoritária de especialistas em trânsito, mas parte deles avalie que ela será mais drástica do que seria necessário.
Eles citam que os novos limites podem causar confusão por não seguirem a regra nacional para esse tipo de via -o código de trânsito adota padrão de 80 km/h para carros na pista expressa.
Também afirmam que pode haver mais acidentes se os motoristas continuarem freando em cima dos radares, e que o foco da fiscalização deveria ser voltado aos motoristas que já desrespeitavam os limites antigos e causavam acidentes mais graves.
O diretor de planejamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Tadeu Leite Duarte, afirmou pela manhã que as “freadas bruscas” e o “anda e para” diminuíram com os novos limites.
Trânsito
Em relação aos congestionamentos, engenheiros de tráfego não esperam prejuízo tão significativo até porque a velocidade média nas marginais na hora do rush já fica muito abaixo dos novos limites.
Nos horários de pico, a velocidade média dos carros nas duas marginais no sentido de maior movimento é inferior a 25 km/h. Mas pela manhã, no contra fluxo, relatório da CET mostra que eles andam a 52,5 km/h.
Ao avaliar as primeiras horas com os novos limites, Duarte afirmou que “aparentemente não ocorreu impacto ao trânsito” com a mudança, pois os veículos passaram a trafegar mais próximos uns dos outros.
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