O parque Ibirapuera, em São Paulo, vai passar por obras que devem acrescentar uma área de 6,5 mil m2 ao espaço atual - o equivalente a pouco mais que meio campo de futebol.
A incorporação desse espaço será possível graças ao deslocamento dos gradis que contornam o parque entre as avenidas Pedro Álvares Cabral e 23 de maio. Com isso, a área verde externa será integrada ao ambiente interno do Ibirapuera.
Outras mudanças importantes que serão realizadas são a interligação da Oca com o Auditório do parque e a reforma do estacionamento, que contará com uma via para pedestres adaptada para deficientes visuais.
De acordo com o secretário municipal de Cultura de São Paulo, Nabil Bonduki, “os equipamentos do parque foram construídos há 50 ou 60 anos e não estavam adequados às necessidades atuais de acessibilidade e segurança. Foi feita uma adaptação provisória, mas com essa intervenção nós vamos promover uma grande melhoria nesses dois quesitos.”
Bonduki afirmou ainda à reportagem que estão previstas reformas no Pavilhão da Cultura Brasileira. “Será uma obra de grande importância museológica”, projeta.
Iniciativa privada
A obra no Ibirapuera é resultado de contrapartidas exigidas pela gestão municipal aos organizadores da Mostra Black, encerrada no último dia 21 de junho.
Os investimentos previstos são da ordem de R$ 600 mil, sendo metade desse valor fruto de recursos da própria organização da mostra de decoração e a outra metade da D2F Engenharia, uma das patrocinadoras do evento.
Segundo nota divulgada pela empresa, “o projeto também contará com área de embarque e desembarque de táxi e um bicicletário”. O término da obra está previsto para o primeiro semestre de 2016. A primeira etapa, no entanto, está prevista para ser concluída em um mês.
Plano diretor
As reformas anunciadas para o equipamento foram recebidas positivamente por ativistas ligados à conservação de parques urbanos.
Para o engenheiro civil Thobias Furtado, presidente da associação não-governamental “Parque Ibirapuera Conservação”, a iniciativa de interligar a Oca ao Auditório e aumentar a área verde do espaço “é um bom começo”.
Contudo, Furtado acredita ser necessário o desenvolvimento de um plano diretor para o parque. “É para pensar o parque dos próximos 20 ou 30 anos”, defende.