A Usina Baixo Iguaçu cumpriu a ameaça feita na quinta-feira (20), iniciou a desmobilização do seu canteiro de obras e anunciou a demissão de 50 trabalhadores nesta sexta-feira (21). Desde terça-feira (18), o acesso à usina está bloqueado por agricultores que não aceitam as novas propostas de indenização feita pelo empreendimento.
Os agricultores querem que o consórcio compre uma área para reassentar as mais de 400 famílias que devem ser impactadas pela barragem. Contudo, o grupo de empresas informou que não foi possível concretizar a compra de nenhuma das 18 áreas indicadas pela comissão de moradores.
O empreendimento, construído no Rio Iguaçu entre os municípios de Capanema (Sudoeste) e Capitão Leônidas Marques (Oeste), emprega 2,8 mil trabalhadores. Em nota, a usina informou que tentou retomar as atividades, mas foi impedida pelos manifestantes que permanecem no local. “Diante de mais uma tentativa frustrada de retomada da normalidade, a usina deu início ao processo de desmobilização do canteiro”, diz a nota.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) informou no dia da ocupação que as famílias estão próximas de uma “tragédia social” devido à postura dos negociadores da empresa que estão tratando com os agricultores. Os valores propostos para as indenizações seriam inferiores ao preço de mercado. Para o movimento, a condição econômica das famílias atingidas só tende a piorar e muitas ficaram foram do cadastramento.