Desde que o prédio Dom Pedro I na reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), outros sete prédios da instituição foram ocupados por estudantes contrários à PEC 55, que congela os gastos públicos, e à MP 746, que promove a reforma do ensino médio. O último prédio a ser ocupado foi o Bloco PA, no centro Politécnico, que abriga salas de aula de gabinetes do setor de Exatas da Universidade. A ocupação aconteceu na noite desta segunda-feira (7).
O Prédio Dom Pedro II da reitoria também está ocupado, assim como os prédios do Câmpus de Artes, que fica no Batel. No Câmpus do Jardim Botânico, os prédios Saúde II, do curso de Terapia Ocupacional e Enfermagem e o Departamento de Educação Física estão tomados por estudantes. No Politécnico, além do Bloco PA, o prédio Professor João José Bigarella, que abriga os cursos de Ciências da Terra, também está ocupado. A UFPR Litoral, em Matinhos, completa a lista de locais ocupados por estudantes da universidade federal.
A UFPR informou nesta segunda-feira (7) que as negociações com estudantes que ocupam prédios da instituição para a desocupação das áreas foram retomadas. Segundo o pró-reitor de Administração da universidade, Edelvino Razzolini Filho, uma comissão já foi criada e agora cabe aos ocupantes indicarem representantes para a mesa de negociação. No sábado (5), estudantes desocuparam o prédio histórico da UFPR após acordo com a direção.
A mobilização teve início no dia 24 de outubro, na esteira das ocupações de colégios estaduais no Paraná. Os universitários, assim como os secundaristas, são contrários à PEC 55, que estabelece teto de gastos para o governo pelos próximos 20 anos. Eles também têm pautas próprias, como a Resolução 96/2015, que estabelece normas para cancelamento do registro acadêmico.A questão das negociações ainda deve ser colocada em pauta pelo movimento Ocupa UFPR com participantes das ocupações.
Servidores
Os servidores técnicos da UFPR também seguem em greve. De acordo com o Sinditest-PR, entidade que representa a categoria, a mobilização começou no dia 24 e já alcançou 60% de adesão no estado.
Por causa disso, serviços administrativos estão parados em diversos campus. Na capital, por exemplo, pesquisas em laboratório foram afetadas pela paralisação de técnicos. O mesmo ocorre em relação à emissão de documentos para acadêmicos na área administrativa. O Hospital das Clínicas, conforme o Sinditest-PR, está funcionando com 50% dos trabalhadores da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar). “O que temos garantido é só o pagamento de bolsas e os repasses para empresas terceirizadas”, pontua uma das coordenadoras do sindicato, Mariane Siqueira.
De acordo com ela, a categoria também é contra a PEC 55 e reivindica o cumprimento do acordo de greve firmado com o governo federal no ano passado. “Nossa negociação para a carreira foi interrompida. Não houve cumprimento do acordo”, salienta Mariane.
Cerca de 11 mil servidores compõem a categoria abrangida pelo Sinditest-PR no estado, sendo que a metade atua em Curitiba.
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