O comandante da Tropa de Choque de São Paulo, coronel Eduardo Félix, voltou a afirmar em seu depoimento nesta quinta-feira (23) ao delegado Sérgio Luditza, titular do 6º DP de Santo André, no ABC, que o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) só invadiu o apartamento onde Lindemberg Alves mantinha duas reféns depois de ouvir um tiro no local. "Não mudei uma vírgula nas declarações. Tenho que acreditar na minha equipe", disse.
Ele deixou a delegacia no início desta tarde depois de prestar depoimento por mais de três horas. Perguntado se a equipe pode ter se confundido e interpretado outro barulho como um disparo, ele disse que sim. "Pode. Não vamos dizer que não, mas, por enquanto, a equipe e as testemunhas afirmam que o barulho partiu de dentro do apartamento", disse.
Além disso, o coronel voltou a afirmar que Nayara Silva, ouvida nesta quarta-feira (22) pelo delegado no Centro Hospitalar Santo André, pode ter se confundido em relação aos tiros disparados no apartamento por Lindemberg. A garota afirmou que não houve disparos antes da explosão da porta. "Da mesma forma que os policiais podem ter se confundido, a Nayara também", disse. Apesar disso, ele afirmou que o melhor no momento é esperar pela perícia e que Nayara é a principal testemunha do caso.
Ele descreveu Nayara como uma menina "firme e segura nas suas ações", mas apontou a necessidade de refletir sobre os efeitos da situação pela qual ela passou. "Após uma explosão, acredito que ela pode ter se confundido e não estou desqualificando o testemunho dela." Ele reafirmou que considera o testemunho muito importante e que é leviano tirar conclusões precipitadas.
Novo depoimento
Está previsto para esta quinta também o depoimento do tenente Paulo Sérgio Schiavo, responsável pelo comando do grupo que invadiu o apartamento. Na chegada à delegacia, Félix disse apenas que foi chamado ao local para conversar com o delegado. Na noite desta quarta-feira, o comandante tinha reafirmado que confia na versão de sua tropa de que houve tiro antes da invasão do apartamento.