O comando da Polícia Militar do Paraná ainda não sabe a motivação dos 11 assassinatos ocorridos entre a noite de sexta-feira (29) e a madrugada deste sábado (30) em Londrina. No entanto, o possível envolvimento de policiais em algumas das mortes registradas não está descartado. Foi o que revelou o comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Maurício Tortato, em entrevista coletiva concedida em Londrina na tarde deste sábado (30).
A onda de assassinatos começou após a morte do policial militar Cristiano Luiz Bottino, de 33 anos, que foi baleado na noite de sexta (29) no Conjunto Milton Gavetti, na zona norte da cidade. Depois deste crime, uma série de ataques foi registrada em todas as regiões de Londrina, além das cidades de Cambé, Ibiporã e Arapongas. Foram confirmadas as mortes de outras dez pessoas, sendo que uma delas faleceu no hospital.
Segundo o coronel, ainda não há como afirmar se a morte do policial militar tem relação com os demais assassinatos. “Nós não temos essa definição. Essa é uma das linhas de investigação que estão sendo analisadas”, explicou o coronel.
O comandante ainda ressaltou que equipe do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), do Tático Integrado de Repressão Especial (Grupo Tigre), Corregedoria e o setor de inteligência da PM vão auxiliar a Polícia Civil nas investigações.
“Tenham a certeza que a Policia Militar não é condescendente com nenhuma forma de vingança. Nossa pauta é pela legalidade e pelos direitos humanos. Ainda que de modo dolorido, se nós identificarmos que há a participação de militares em ações não pautadas pela lei para vingar a morte de quem quer que seja, efetivamente os mecanismos de saneamento e expurgo serão adotados”, afirmou.
Tortato informou que a PM não têm indicativos de que as mortes tenham sido determinadas por alguma facção criminosa. No entanto, ressalta que a onda de assassinatos pode ser um indicativo de ação coordenada. Para ele, bandidos podem estar se aproveitando da situação para fazer “acertos de contas”. “Acreditamos que, alguns criminosos, aproveitando o momento, estão desencadeando algumas ações pra gerar uma instabilidade social e uma repercussão na área de segurança.”
Além das mortes, pelo menos 17 pessoas foram baleadas em Londrina nas últimas 24 horas. Os disparos foram feitos em bairros como o Vista Bela, Jardim Bellleville e Jardim das Palmeiras (na zona norte); Jardim Albatroz, Jardim Califórnia, Eucaliptos e Interlagos (na zona leste); Conjunto João Turquino e Bandeirantes (na zona oeste) e São Lourenço (na zona sul).
Em entrevista para a RPC, uma testemunha relatou que seis homens armados desceram de dois carros, quebraram o vidro do portão de uma residência, fazendo uma série de disparos. Três pessoas morreram no local e outras três ficaram feridas. “Foram mais de 30 tiros. Eles estavam de colete, alguns com roupa preta.”
Centenas de pessoas acompanharam o sepultamento do policial Cristiano Luiz Bottino. Após ser velado no 5.º Batalhão de Polícia Militar, o corpo do PM foi levado para o Cemitério São Pedro, na região central de Londrina. O enterro, com honras militares, ocorreu no fim da tarde deste sábado (30).
Ele foi baleado na noite de sexta-feira (29), no Conjunto Milton Gavetti, em frente ao Lago Norte, na zona norte da cidade. Testemunhas apontam que o crime foi cometido por dois homens que estavam em uma motocicleta. Ele chegou a ser levado para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
A morte de Cristiano Bottino foi o segundo atentado contra PMs de Londrina em menos de uma semana. Na noite de segunda-feira (25), um soldado da 4.ª Companhia Independente foi baleado na Avenida Saul Elkind (zona norte da cidade), em uma farmácia. Ele estava à paisana e de folga.
Imagens do momento do atentado, divulgadas pela Associação de Praças do Estado do Paraná (APRA), mostram dois suspeitos chegando ao local atirando e saindo rapidamente do local. O policial militar foi atingido por três tiros, um no braço e outros dois no ombro. Ele passou por cirurgia para retirada do projétil do braço e passa bem.
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