O Comando do Corpo de Bombeiros do Paraná descartou rever a proibição do uso de sungas por parte dos guarda-vidas que atuam nesta edição da Operação Verão. “As regras já foram estabelecidas e o uniforme, adquirido”, consta de nota encaminhada à Gazeta do Povo. A União das Praças do Corpo de Bombeiros (UPCB) – entidade que representa soldados, cabos e sargentos da corporação – havia solicitado uma audiência com o Comando, mas ainda não foi atendida.
No início de janeiro, a Gazeta do Povo havia mostrado que o uniforme da Operação Verão se tornou alvo de insatisfação entre bombeiros designados ao Litoral do estado. Guarda-vidas consultados pela reportagem reclamaram que o uso contínuo da bermuda causava assaduras. Além disso, a peça gera resistência em mar – o chamado “arrasto” – e poderia atrapalhar salvamentos. Na ocasião, a UPCB defendeu que o uso de sungas pudesse ser facultativo.
Além de manter a obrigatoriedade do uso de bermudas, o Corpo de Bombeiros disse que ainda vai definir se vai alterar o uniforme das próximas edições das Operação Verão. “Novos estudos deverão ser formulados sobre esta questão a fim de especificar se há necessidade de mudança no uniforme para a próxima Operação Verão”, finaliza o texto.
Audiência e controle
Em 11 de janeiro, a UPCB havia enviado um ofício ao Comando do Corpo de Bombeiros, solicitando uma audiência, para discutir o uniforme da Operação Verão. Em resposta enviada cinco dias depois, o comandante da corporação, coronel Juceli Simiano Júnior, pediu que a associação remetesse a ele a relação nominal de “todos os militares regularmente filiados e representados pela referida autoridade”, antes da reunião.
A União das Praças reiterou a solicitação de audiência. Para a entidade, o pedido da relação de seus membros viola a Constituição, que garante pleno direito de associação e se configura em uma interferência do Estado. Para o presidente da entidade, Henri Francis, a solicitação da lista nominal dos associados pode ser entendida como uma tentativa do Comando do Corpo de Bombeiros de controlar seus membros.
“A constituição garante o direito de livre associação. O Estado não tem o poder de interferir nisso. Ao pedir a relação nominal dos associados, só nos leva a crer o Comando quer saber quem são, o que pode implicar em perseguições”, disse
O Comando do Corpo de Bombeiros alega que pediu a relação nominal dos associados da UPCB para “saber da representatividade desta associação (número de bombeiros representados), para entender o tamanho da demanda”.
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