Foz do Iguaçu Autoridades sanitárias do Brasil, Paraguai e Argentina querem integrar as estratégias de combate à dengue na região da tríplice fronteira. A discussão de estratégias começa às 9 horas de hoje, em Puerto Iguazú, na Argentina, onde está programada uma reunião com representantes dos três países até as 18 horas de ontem, o Brasil ainda não havia confirmado participação.
Outro encontro para debater o assunto já está previsto. Ontem, o Ministério da Saúde do Brasil comunicou a realização de uma reunião em Foz do Iguaçu com os quatro países do Mercosul, mais Bolívia e Chile, para discutir a doença. A reunião está prevista para os dias 17 e 18 de abril, na Secretaria Municipal de Saúde, e deve contar com a presença do coordenador nacional do programa de combate à dengue, Giovanini Coelho.
Embora em Foz do Iguaçu o número de casos esteja bem abaixo dos registrados em anos anteriores, há preocupação em desenvolver ações para manter os números dentro do limite aceitável pelas organizações internacionais de saúde. Este ano, conforme fontes oficiais, Foz do Iguaçu totalizou 31 casos; Puerto Iguazú (Argentina), 8 casos; e Ciudad del Este e Puerto Franco (Paraguai), 50 ocorrências suspeitas. No ano passado, Foz teve 427 casos, enquanto Puerto Iguazú não registrou ocorrências da doença. O departamento paraguaio do Alto Paraná somou 36 casos em 2005, a maioria em Ciudad del Este e Puerto Franco. Há receio de uma epidemia numa das cidades da fronteira, pois elas têm, juntas, cerca de 600 mil pessoas.
O diretor de Vigilância de Enfermidades Transmissíveis do Ministério da Saúde e Bem-Estar Social do Paraguai, Ivan Allende, mostrou preocupação com o quadro porque é difícil controlar os focos da doença em áreas de fronteira. Ele contou que os exames serão aprimorados, pois até agora todos "estranhamente" têm dado resultado negativo.
O diretor do Hospital Samic, na Argentina, Carlos Velásquez, também demonstrou inquietação com o surgimento da doença na cidade. "Não registramos dengue no ano passado, por isso convidamos os colegas de outros países para debater o alerta", afirmou.
Prevenção
Os casos de dengue em Foz estão em níveis aceitáveis por causa do trabalho de prevenção. Segundo o chefe do Centro de Controle de Zoonoses, André de Souza Leandro, o total de 31 casos confirmados neste ano é 80% inferior ao computado no primeiro trimestre do ano passado.
Dando continuidade ao trabalho de combate, ontem foi iniciada na cidade a campanha "Dengue, aqui não", que tem por alvo os colégios municipais. O objetivo é incorporar ao currículo escolar as orientações para prevenir a doença. "A idéia é não ter daqui a dois ou três anos o fantasma da dengue nos assombrando", afirmou Souza.
