Tempo seco, estiagem e calor colocam cerca de 70% do país sob risco de queimadas. A combinação dos três elementos resulta em vegetação seca, capaz de fazer o fogo se alastrar facilmente e sair do controle, conforme explicou ao G1 Alberto Setzer, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e responsável pelo monitoramento de queimadas via satélite.
"A maior parte do território nacional está sem chuva há muitas semanas, com regiões que estão até três meses sem uma gota de água. Temos temperaturas altas durante o dia, chegando a 35 ºC, e umidade relativa do ar muito baixa, em muitos casos abaixo de 20%. Somando os três fatores, temos a condição propícia para o fogo se espalhar e ficar descontrolado. Por isso temos tantas queimadas no país todo", diz.
Setzer alerta que o fogo não começa sozinho. Além dos incêndios criminosos, na zona rural as pessoas iniciam o fogo para queimar lixo, por exemplo, e as chamas acabam saindo do controle. "Com a vegetação tão seca, uma vez iniciado, o fogo tem condições ideais para se espalhar e é quase impossível ser controlado rapidamente", afirma.
Sem incêndios
Estão livres do risco de queimadas o Rio Grande do Sul, o norte do Amazonas, de Amapá, de Roraima e parte da costa de alguns estados do Nordeste, como Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. "Nesses estados estão ocorrendo chuvas eventuais e o tempo está mais úmido. Já no resto do país, o risco é elevado", diz Setzer.
O pesquisador garante que o período de estiagem é normal entre julho e setembro. "Mas em 2010 está mais intenso, a estiagem está mais prolongada", diz.
Por enquanto, há previsão de melhora para Santa Catarina, pois uma frente fria que está no Rio Grande do Sul deve avançar um pouco. Porém, a situação no resto do Brasil não deve mudar nos próximos dias.
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