Um comboio formado por seis caminhões e um ônibus, transportando entre 150 e 200 detentos foi impedido nesta terça-feira (21) de entrar na Penitenciária Tacyan Menezes de Lucena, em Martinópolis, no interior paulista, por agentes penitenciários em greve. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, os presos vieram de outros presídios do interior e, em Martinópolis, seria feita a divisão e encaminhamento para audiências em fóruns da capital, região metropolitana de São Paulo e litoral.

CARREGANDO :)

Advogados se unem para reformar telhado de cadeia pública em Cascavel

Um grupo de 12 advogados criminalistas comprou 50 telhas para substituir outras danificadas no presídio da 15ª SDP

Leia a matéria completa

A secretaria informou que os servidores que participaram do ato na frente da unidade prisional são do turno que estava de folga. Além deles, estiveram na manifestação dirigentes do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp). “O carro [do sindicato] foi posicionado na área externa da subportaria, impedindo que o transporte de presos entrasse na unidade. O comboio vindo de Presidente Venceslau seguiu viagem para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, em São Paulo”, diz nota divulgada pela secretaria.

Publicidade

Agentes penitenciários de todo o estado anteciparam para sexta-feira (17) uma paralisação que deveria ter começado ontem (20). O motivo da antecipação foi o assassinato do agente Rodrigo Ballera Miguel Lopes, de 33 anos, do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Campinas, morto a tiros na quinta-feira (16), e ao espancamento de quatro agentes (um no CDP-4 de Pinheiros e três em São José dos Campos). Lopes é o oitavo agente penitenciário morto este ano no estado.

Os servidores pedem melhores condições de trabalho, reajuste de perdas da inflação e cumprimento de um acordo feito na greve do ano passado, no qual ficou decidido que o governo daria aos funcionários o valor das perdas da inflação. Além disso, os agentes pedem que o governo cancele 32 demissões, articuladas como forma de punição.

A paralisação foi decretada pela categoria após 23 assembleias gerais, convocadas pelo Sindasp-SP. No mês passado, diretores do sindicato reuniram-se com o secretário da Administração penitenciária, Lourival Gomes, e com os coordenadores das unidades prisionais de diversas regiões do estado, para tratar do cumprimento do acordo. Não houve sucesso nas negociações. A greve da categoria é por tempo indeterminado e já atinge 97 cadeias no estado de São Paulo.

Representantes do sindicato não foram encontrados para comentar a ação desta terça.