Governo estadual ainda deve R$ 11 milhões em subsídio para o sistema da RIT referentes ao convênio de 2014. Negociações para um novo aporte em 2015 não chegaram a lugar nenhum e tarifa única deve acabar| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Governo estadual diz, em nota, que mantém diálogo aberto. Leia:

"O governo do estado tem a firme disposição de manter a integração do sistema de transporte, com tarifa única, uma conquista social da população. É nesse sentido que mantém as negociações com a prefeitura de Curitiba.

Ontem, a Comec apresentou à Urbs, proposta para manutenção do sistema integrado, com equilíbrio financeiro, assumindo cada uma das partes 50% de eventuais déficits.

A Comec aguarda, então, a prefeitura de Curitiba anunciar o novo valor da tarifa urbana para concluir os estudos técnicos da rede metropolitana."

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Terminal de ônibus em Pinhais. Preço único na RIT em risco
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Em mais um capítulo da disputa entre governo do estado e prefeitura de Curitiba para ver quem arca com o déficit da operação integrada metropolitana dos ônibus, o diretor-presidente da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Omar Akel, anunciou ontem que o fim da tarifa integrada metropolitana era um 'caminho sem volta'. Horas após a declaração, o governo estadual publicou nota reafirmando o desejo de negociar e revelou que mantém a proposta de dividir com a prefeitura de Curitiba o déficit do sistema.

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"Hoje (ontem), propusemos que fosse estabelecida uma tarifa mais equilibrada e que eventuais déficits fossem cobertos meio a meio entre o governo estadual e o polo metropolitano, que é Curitiba. Mas a prefeitura disse que não será possível. Infelizmente, esse posicionamento de Curitiba inviabiliza a manutenção da RIT. Nesse momento, é um caminho sem volta", afirmou Akel.

A declaração foi dada horas após o prefeito de Curitiba adiar a divulgação do aumento da tarifa. Na última quarta-feira, Fruet havia convocado entrevista coletiva para dizer que pretendia fazer esse anúncio até ontem. Na ocasião, o prefeito havia dito que faria um anúncio isolado das tarifas dos ônibus que circulam apenas dentro de Curitiba caso o governo do estado não mudasse sua proposta para a renovação do convênio da Rede Integrada Transporte (RIT).

Akel, inclusive, deixou Fruet à vontade para anunciar a tarifa urbana da capital. "já comunicamos que ela [prefeitura] não precisa aguardar nada da nossa parte e pode divulgar a tarifa de Curitiba", disse.

A prefeitura de Curitiba afirmou que ainda não foi comunicada oficialmente da desistência do estado em negociar um novo convênio. Em nota, a gestão Fruet disse que assumirá integralmente sua responsabilidade com o subsídio do transporte urbano, mas que não pode assumir responsabilidades do estado, como a RIT.

Com a possibilidade da desintegração tarifária da RIT, Akel disse que já planeja um plano emergencial de operação das linhas metropolitanas. Uma reunião com os 13 prefeitos da RMC com o empresariado do setor deve ocorrer na próxima semana. Hoje, passageiros de 356 linhas em 14 municípios da RMC pagam a mesma tarifa: R$ 2,85. Ela não cobre os R$ 3,18 repassados às empresas por passageiro. É essa diferença que é coberta por subsídios públicos. No ano passado, o estado pagou R$ 54 milhões em subsídios entre março e outubro. Já a prefeitura de Curitiba repassou R$ 21 milhões. O governo ainda deve R$ 11 milhões do acordo de 2014.

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Na última quarta-feira, Fruet disse em entrevista coletiva que a tarifa técnica da RIT ficaria entre R$ 3,60 e R$ 3,75 e que, provavelmente, o preço cobrado do usuário ultrapassaria os R$ 3. Por essas contas, a necessidade de subsídio seria ainda maior em 2015.

Qual o melhor caminho para um transporte coletivo de qualidade e que atenda a RMC?Deixe seu comentário abaixo e participe do debate.