Professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) iniciam greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (12). Os docentes decidiram no início do mês aderir à paralisação nacional que já atinge cerca de 40 instituições federais de ensino superior em todo o país. A greve terá impacto sobre os 30 mil estudantes de Curitiba e das unidades da Federal em Matinhos, Pontal do Paraná, Palotina e no recém-criado câmpus de Jandaia do Sul. Também devem ser afetados os alunos do Setor de Educação Profissional e Tecnológica da UFPR.
A greve é uma resposta dos docentes ao que consideram um descaso do governo federal com a educação pública e gratuita. Segundo a Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (Apufpr), os cortes de recursos destinados ao Ministério da Educação (MEC) já ultrapassam R$ 12 bilhões na execução orçamentária deste ano, enquanto cerca de R$ 5 bilhões estão sendo destinados às instituições privadas por meio do Programa de Financiamento Estudantil (Fies). Embora o governo tambm tenha restringido os recursos ao Fies – o número de novos contratos caiu quase 50% neste ano –, os professores criticam o repasse aos grupos privados de ensino.
A pauta de reivindicações da categoria é extensa. Entre outras coisas, os professores exigem a ocupação de cargos existentes e criação de novas vagas para atender às demandas atuais, com cronograma de realização dos concursos. Os docentes também pedem reajuste salarial de 19,7% para repor perdas acumuladas com a inflação desde 2010 e a revisão do plano de progressão na carreira – de modo a valorizar mais o tempo de serviço dos docentes. Os professores reclamam ainda da falta de materiais e instalações adequadas para garantir uma educação de qualidade. “A expansão das universidades tem sido feita de forma irresponsável, o governo não oferece número suficiente de professores nem a estrutura necessária”, afirma a presidente da Apufpr, Maria Suely Soares.
Segundo a Apufpr, até hoje não existe uma quadra poliesportiva para o desenvolvimento de atividades práticas da Licenciatura em Educação Física do Setor Litoral da universidade. O curso foi criado em 2009. Falta também um vestiário para os alunos que chegam do trabalho e precisam se preparar para as aulas.