O julgamento do acusado pela morte de Agda Fátima Rocha, Jean Carlos de Oliveira Pinto, começou por volta das 9h30 desta terça-feira (16), no Tribunal do Júri, do Fórum de Justiça de Ponta Grossa, Campos Gerais. Sete jurados, um homem e seis mulheres, devem passar o dia ouvindo testemunhas, réu, acusação e defesa para decidir pela condenação ou absolvição. A expectativa é de que a sentença seja lida até as 22 horas.
As 120 cadeiras da plateia estão lotadas com amigos, familiares, estudantes de direito e curiosos. Acusado homicídio qualificado (Artigo 121) e estupro (Artigo 213), se condenado, Jean pode pegar penas de prisão que vão de quatro a 10 anos (estupro) e de seis a 20 anos (homicídio).
O réu, que está preso desde outubro de 2011, chegou ao Fórum numa viatura, por volta das 9 horas, com escolta policial. Logo que desceu da viatura, as algemas foram retiradas. Vestindo uma camiseta branca, calça jeans e tênis, ele manteve a cabeça baixa por todo o tempo.
O Tribunal do Júri está sendo presidido pela juíza, Heloísa da Silva Krol Milak. Ao todo, 25 pessoas foram convocadas para o corpo de jurados. Vinte e uma compareceram e sete foram escolhidas via sorteio. A promotoria recusou uma testemunha masculina e a defesa uma feminina. Assim, um homem e seis mulheres vão compor o corpo do júri.
Ainda pela manhã, começaram a ser ouvidas as testemunhas, cinco delas de acusação e duas de defesa. Como não há tempo máximo estipulado para as oitivas não há uma previsão de quando o réu comece a ser interrogado.
Entre as cinco testemunhas de acusação arroladas pelo promotor de justiça, Fábio Grade, estão: a mãe da vítima, Rosani Aparecida Lima; uma amiga da vítima, Dahiany Barbosa; o delegado que conduziu as investigações, Leonardo Bueno Carneiro e dois investigadores.
Os advogados de defesa, César Antonio Gasparetto e Luciano de Araújo também arrolaram cinco testemunhas, mas somente duas foram intimadas.
Jean só deve falar depois que todas as testemunhas forem ouvidas.
Na fase de argumentação, a promotoria vai pedir a condenação máxima para o réu, estupro e homicídio duplamente qualificado por não dar chances de defesa à vítima e por ocultar outro crime dificultando as investigações. O assistente da acusação, advogado contratado pela família, Ângelo Pilatti Júnior, conta que a promotoria vai provar através de laudos que Agda foi agredida, estuprada e depois morta por Jean. "A defesa vai tentar descontruir os fatos alegando que foi uma fatalidade".
Os defensores de irão sustentar que Jean não matou Agda e que não houve estupro e sim relação sexual consentida seguida de uma fatalidade (morte da vítima). Lados
Sentados em lados opostos da plateia, amigos e familiares e Agda e Jean esperam desfechos diferentes. Marcelle Januário, amiga da vítima, só tem um desejo: que a justiça seja feita. "A Agda era feliz e cheia de vida. Não tinha uma pessoa que não gostasse dela".
A irmã do réu, Kelle Rosa, admite que o irmão errou, mas espera que o júri veja o lado bom de Jean. "O que aconteceu foi uma fatalidade. Ele tem sua parcela de culpa, mas não tinha intenção. Os dois erraram". Relembre o caso
A modelo Agda de Fátima Rocha, de 21 anos, foi encontrada morta pela mãe no dia 18 de setembro de 2011 dentro de casa. Com as investigações, a polícia identificou o vendedor Jean Carlos de Oliveira Pinto, de 23 anos na época, como o autor do crime.
Segundo o inquérito, a jovem conheceu Jean na noite de sua morte. Vítima e acusado foram apresentados por uma amiga em comum. Ele ofereceu carona e deixou primeiro a modelo em casa para depois levar sua amiga. O acusado voltou à casa de Agda na tentativa de manter relações sexuais com ela. Com a recusa da vítima, segundo as investigações policiais, Jean Carlos a violentou e, em seguida, matou asfixiada.