Sergipe tem 2,6 mil pessoas desabrigadas
As chuvas que atingem parte da região Nordeste desde a última quinta-feira fez com que mais de 1,6 mil pessoas tivessem que deixar suas casas em Aracaju (SE). Segundo balanço divulgado ontem pela prefeitura da cidade, cerca de 300 casas ficaram danificadas ou destruídas. Entre a quinta-feira e a manhã de ontem, choveu o equivalente a 350 mm, o que supera o esperado para todo o mês em Aracaju.
Rio de Janeiro - Sentada sobre os escombros da casa em que viveu por 50 anos, Maria Luiza Ribeiro assistiu desolada, ontem, ao início da demolição dos 250 domicílios situados em áreas consideradas de alto risco no Morro do Urubu, em Pilares, na zona Norte do Rio. A favela é a primeira das oito comunidades que serão parcialmente desocupadas pela prefeitura a partir das próximas semanas. "É muito triste deixar a casa em que nós vivemos por tanto tempo, mas quisemos sair por causa das crianças", afirmou.
Nos temporais da semana passada, três deslizamentos de terra sem vítimas provocaram rachaduras nas paredes e no chão de algumas casas do morro, o que fez com que a Defesa Civil interditasse os imóveis. As famílias foram para as casas de parentes e para abrigos da prefeitura. Elas poderão se cadastrar no programa Aluguel Social para receber R$ 400 por mês enquanto não forem transferidas para residências permanentes.
A prefeitura elaborou um cronograma de atuação e prometeu iniciar novos trabalhos de desocupação nessa semana. Além do Urubu, foi anunciada a remoção de moradores em áreas de risco nas comunidades São João Batista (Botafogo); Cantinho do Céu e Pantanal, no Morro do Turano (Tijuca); Laboriaux (Rocinha); Parque Colúmbia (Acari); e Morro dos Prazeres e Fogueteiro (Santa Teresa).
Ontem, o governador Sérgio Cabral anunciou a construção de 2 mil unidades habitacionais para moradores de áreas de risco. As unidades serão erguidas no local onde funcionava o Complexo Penitenciário Frei Caneca, no Centro. No domingo, o governador anunciou que planeja disponibilizar R$ 1 bilhão do Plano de Ajuste Fiscal para a construção de habitações para os desabrigados, e um Plano Diretor de Remoção, que classificará áreas de risco no estado.
Desaparecidos
Cinco dias após o deslizamento no morro do Bumba, em Niterói, 54 pessoas que moravam no local continuam desaparecidas. Cláudio Almeida, presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen) do Rio, disse que chegou ao número após cruzar a lista de moradores fornecida pelo Programa Saúde da Família com a lista de mortos do Instituto Médico Legal (IML).
Na tarde de ontem, o posto do IML no local informou que, dos 37 corpos identificados, 33 eram moradores do morro do Bumba. As outras quatro vítimas morreram em deslizamentos no morro do Caramujo e na localidade de Teixeira de Freitas.
Segundo a Defesa Civil do Rio, ontem foram encontrados mais dois corpos no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, contabilizando 30 vítimas na comunidade. As buscas no local foram encerradas. Até agora, foram contabilizadas 65 mortes no Rio. No estado, o número de mortes chegou a 231.
Interdição
Principal ponto turístico do Rio, o Cristo Redentor está fechado para visitantes. As chuvas causaram dez deslizamentos de terra no morro do Corcovado. Três deslizamentos afetaram as ruas por onde sobem veículos rumo ao Cristo. Outros sete deslizamentos destruíram parte do caminho por onde passa o Trem do Corcovado.
Não abrem ao público, além do Corcovado, o Parque Nacional e Floresta da Tijuca, o parque Lage, no Jardim Botânico, a pedra da Gávea e a pedra Bonita, em São Conrado, todos na zona Sul. O Bondinho do Corcovado está interditado desde domingo.
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