Pelo segundo dia consecutivo, comerciantes da Avenida Visconde de Guarapuava realizaram protesto contra a eliminação de vagas de estacionamento na via, uma das mais movimentadas do Centro de Curitiba. Às 16h45 de ontem, na esquina com a Travessa da Lapa, as duas vias da avenida foram bloqueadas com pneus em chamas e cabos de arame amarrados nos postes. O prefeito Beto Richa determinou que as sinalizações da rua permaneçam intactas até o final da tarde de hoje, quando um relatório com as análises dos pedidos e considerações dos manifestantes será apresentado.
A alegação da prefeitura para extinguir as vagas no trecho entre a Rua Ubaldino do Amaral, no Alto da XV, até a Ângelo Sampaio, no Batel, é de que duas novas faixas seriam criadas e desafogariam o trânsito. "O problema está nos horários de pico. Os estacionamentos em algumas quadras são pontos de estrangulamento do fluxo", explica o administrador da região central de Curitiba, Omar Akel.
Cerca de 50 pessoas participaram do protesto de ontem com cartazes, apitos, buzinas e versos cantados. A maioria representantes de lojas de motos, comércio predominante na avenida. Motoristas e motoqueiros que tentavam furar o bloqueio foram obrigados a retornar. Segundo a comerciante Marília Apolônia, a intenção do grupo foi atrapalhar o trânsito no horário de rush para chamar atenção de autoridades e da população. "Para os políticos parece que esta questão já está resolvida. O projeto será implantado. Pretendemos continuar com as manifestações até conseguirmos os estacionamentos de volta", afirma Marília.
O empresário do ramo de fogos de artifício Moisés Lanza considera que a retirada dos estacionamentos da Visconde de Guarapuava deve trazer queda de 40% nas vendas, o que acarretará na demissão de três de seus oito funcionários. "Foi feita uma pesquisa para a implantação do projeto mas esqueceram de consultar os comerciantes, que geram empregos diretos e indiretos na região", considera Lanza.
Para o empresário Odílson Morais, motivos financeiros estão por trás do projeto. "Eles querem trocar o EstaR (estacionamento regulamentado) por radares. É um negócio mais lucrativo com menos gente trabalhando", afirma. No entanto, a prefeitura responde, pela assessoria de imprensa, que em nenhum momento a Diretran cogitou instalar radares, já que os semárofos são sincronizados e não possibilitam que a velocidade dos veículos ultrapasse 60 quilômetros por hora.
Filas de carros e ônibus se formaram em ruas próximas à manifestação, como João Negrão, André de Barros, Sete de Setembro e Conselheiro Laurindo. O engarrafamento de carros na Visconde de Guarapuava era visto desde a trincheira da Rua Ubaldino do Amaral. Linhas de ônibus foram obrigadas a mudar as rotas, causando transtorno também aos passageiros que tiveram que embarcar e desembarcar em pontos improvisados. Mesmo com o fim do protesto, às 18 horas, o fluxo de carros continuou lento devido ao horário de rush.
A manifestação foi encerrada para a realização de uma reunião entre comerciantes, prefeitura, Diretran e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), no auditório da Rua da Cidadania da Praça Rui Barbosa. Uma nova reunião deve ocorrer hoje.
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