Durante a tarde, o clima foi de final de expediente na região do cruzamento das avenidas Faria Lima com Rebouças, em São Paulo. Dezenas de pessoas caminhavam apressadas a caminho de casa. Boa parte do comércio fechou as portas.
"Não adianta ficar aberto porque não vai ter clientela", disse o proprietário de uma banca de jornais na esquina das duas avenidas. "Vou perder umas quatro horas de venda." Em um dia comum, ele fecharia em torno de 20 horas.
A proprietária de uma banca de salgados Faria Lima também fechou as portas mais cedo. "Estou indignada por ter de fechar mais cedo. Quem vai pagar as minhas contas amanhã?", disse Regiane Vieira Alves. "Se uma pedra atinge a minha geladeira o que eu vou fazer? Estou revoltada". Ela dispensou sua funcionária mais cedo.
Fim de expediente
O publicitário João Biancardi, que trabalha na avenida Faria Lima, também dispensou sua equipe mais cedo e saiu junto com os funcionários. "Queremos evitar que as pessoas peguem trânsito. Além disso, quem quiser participar da manifestação terá a oportunidade".
Para Anthony Martins de Lima, 35, que trabalha com restaurantes na região, manifestação é "coisa de jovem". Ele estava indo para a casa quando conversou com a reportagem. "Só quero chegar em casa logo".
Stanislaw Lukin, 35, que trabalha em uma cafeteria na região, manterá as portas abertas. "Qualquer coisa eu fecho correndo", disse. "Sou a favor da manifestação. O povo está abrindo os olhos."