Depois de dez roubos de caminhões confirmados, ladrão foragido é preso em flagrante

Considerado pela polícia um dos maiores ladrões de caminhões do Sul do País, Nilson Gonçalves da Rocha de 48 anos foi preso em flagrante na noite desta segunda-feira (25). Ele agia nas proximidades da Central de Abastecimento (Ceasa) de Curitiba no bairro Tatuquara. Rocha havia fugido há dez meses da Colônia Penal Agrícola em Piraquara, Região Metropolitana, onde cumpria pena por roubo de veículos.

Até agora, estão confirmados os roubos de pelo menos dez caminhões, mas a polícia acredita que existam ao menos 30 vítimas.

Rocha contratava fretes para cargas diversas, e quando os motoristas seguiam para o local após a negociação, eram ameaçados e obrigados a entregar o caminhão. O delegado Ronald de Jesus, da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, disse em entrevista à Agência Estadual de Notícias que os veículos seguiam para Santa Catarina, onde eram desmanchados.

Para executar a prisão de Rocha, uma equipe da delegacia investigava a ação feita por ele, depois de ter verificado vários boletins de ocorrência com a mesma forma de agir. O flagrante foi feito quando Rocha negociava o frete com um motorista em um posto de gasolina nas proximidades do Ceasa.

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Os comerciantes e clientes que freqüentam a Central de Abastecimento (Ceasa) de Curitiba reclamaram a respeito da falta de segurança no local. Eles afirmaram que apenas na última segunda-feira (25), três pessoas foram assaltadas, e vários comerciantes trabalham semanas a fim de recuperar os prejuízos.

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O local concentra entre as 4h e 10h da manhã por volta de 15 mil pessoas e cerca cinco mil veículos por dia. "Isso acabou sendo um chamariz de pessoas que tem má intenção. É um reflexo do que está acontecendo em Curitiba e no Brasil", disse o presidente da Ceasa Curitiba Antonio Comparsi de Mello. Boa parte das transações no local é feita com dinheiro, o que é mais um chamariz de acordo com Mello.

As pessoas que freqüentam o local evitam passar por determinados pontos e becos que estão com má iluminação, e passaram a ser pontos bastante frisados por assaltantes. O comerciante Sebastião Quadros disse que neste ponto, a fuga é facilitada já que a única guarita próxima fica bastante afastada. O local foi ainda cenário para outro crime na última quinta-feira (21), quando um homem foi baleado. Claudemir da Conceição, dono de um box, explicou que por volta das 4h30 da manhã, um homem deixou seu caminhão para fazer uma compra e teve que andar nesta parte escura. Ele foi abordado por três rapazes e reagiu, o que fez com que o homem fizesse o disparo.

A segurança do local é feita por vigilantes particulares e também pela Polícia Militar. Os vigilantes andavam armados até a última quarta-feira (20), mas o cenário mudou por uma determinação do governo do Estado. Depois de cinco dias, o chefe da segurança Anísio Nazário voltou a armar os seguranças em desacordo com a ordem governamental. Segundo ele, a determinação não está sendo descumprida. Ele afirmou que existe a Lei Federal n.º 7.102 que informa que os seguranças concursados têm o amparo de trabalharem armados mesmo em locais públicos. "Se ele [o vigilante] não tem segurança própria, não tem como oferecer segurança a ninguém", completou.

Já o presidente da Ceasa discordou da decisão, e informou que o contrato com a empresa de segurança já previa o desarmamento no início de agosto. "Nosso contrato era armado, mas foi encerrado no dia 30 de julho", explicou. "Aconteceu uma certa pressão pois eles têm medo e preocupações. Foi uma decisão momentânea deles", contou. Mello afirmou que deve negociar a decisão com a vigilância por conta da reivindicação a respeito da Lei Federal alegada, mas disse que o armamento é uma preocupação. "Temos um medo de armar pessoas que não são policiais. Eles não estão preparados para enfrentar bandido", disse ele. "A segurança que nós temos lá foi contratada para proteger o patrimônio publico, mas não para fazer o trabalho de polícia", completou.

Mesmo com os vigilantes e um módulo policial, que poderá ser ampliado de acordo com Mello, há casos que nem mesmo a segurança armada foi suficiente. Um comerciante contou que trabalha há um mês para tentar recuperar o prejuízo causado por uma invasão em seu box, quando foi levado um cofre com um total de R$ 20 mil em dinheiro. O roubo foi feito por cima do telhado e os envolvidos fugiram pelos fundos do Ceasa.

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