2% da população usam bicicleta, segundo o presidente do Ippuc, Sérgio Póvoa Pires. De acordo com ele, a intenção da prefeitura é dobrar esse número.
300 quilômetros de vias cicláveis, incluindo ciclovias, ciclofaixas, trechos em dias compartilhados e ciclorrotas, integram o Plano Cicloviário de Curitiba.
Depois de perceber que o número de ciclistas que frequentavam seu restaurante era grande, Ali Oumairi, proprietário do Le Liban, decidiu instalar, há cinco meses, um bicicletário com cinco vagas em frente de seu estabelecimento no bairro Hugo Lange, em Curitiba. "O pessoal tem usado bastante e quem vem de bicicleta sempre agradece", comenta. Para ele, não houve um aumento expressivo de público, mas os fins de semana já apresentam uma ligeira mudança. "Deu para perceber que famílias que estão passeando, quando veem a facilidade, resolvem parar aqui", conta.
Na Pop House, que comercializa produtos naturais, o processo foi parecido. Segundo o gerente Ronaldo de Almeida, o estacionamento de bicicletas, instalado há oito meses, foi um sucesso total. "Muitos clientes deixam de vir de carro para usar a bicicleta, especialmente no sábado", diz.
A ideia de oferecer vagas aos adeptos da bicicleta não é novidade. Na BioÉ, de produtos orgânicos, há um bicicletário disponível desde a abertura da loja, há três anos, além de um desconto de 10% para quem for até lá de bicicleta. "Promover um transporte ecológico é importante", defende o proprietário Fernando Ranieri, que acredita que medidas como essa deveriam ser incentivadas pela prefeitura.
"Oferecer espaço ao ciclista é começar a mudar um comportamento que ajuda a cidade toda. Os espaços públicos deveriam fazer a mesma coisa", avalia o coordenador da Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu (Cicloiguaçu), Jorge Brand. Para Jean Felipe Sirigate, também do Cicloiguaçu, o poder público precisa se manifestar. "É uma pena que só a iniciativa privada esteja enxergando isso."
Viabilidade
O presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Sérgio Póvoa Pires, vê a ideia dos comerciantes com bons olhos, mas explica que eles são responsáveis pelas bicicletas estacionadas em frente dos estabelecimentos. "Agentes da Setran e guardas municipais podem até ajudar na fiscalização, mas, se houver danos ou roubo, não há como a prefeitura assumir a responsabilidade", justifica. "Se a bicicleta está na rua, o risco é do proprietário, assim como acontece com carros e motocicletas", completa.
Para evitar inconvenientes, Pires dá duas ideias. Aos ciclistas, a sugestão é optar por bicicletas não chamativas, de modo a não gerar a cobiça dos ladrões. Aos comerciantes, uma alternativa é firmar convênios com estabelecimentos próximos, como estacionamentos. "Há lugares com maiores condições de oferecer segurança aos veículos, o que pode, inclusive, atrair mais clientes", pondera.
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