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Vandalismo

Comércio vira “refém” da pichação em Curitiba

Flagrante: pichadores atuam livremente no Centro de Curitiba, região em que há maior denúncia desse tipo de vandalismo | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Flagrante: pichadores atuam livremente no Centro de Curitiba, região em que há maior denúncia desse tipo de vandalismo (Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo)

Samuel Eberle não gosta de fins de semana e feriados. Sempre que abaixa as portas da livraria em que é superintendente, no São Francisco, em Curitiba, se pergunta como vai encontrá-la no próximo dia útil. É nesses momentos de calmaria que os pichadores costumam atacar sua fachada. "O problema tomou proporções quase insuportáveis nos últimos anos e parece que os comerciantes da região estão se entregando", reclama. O investimento em sucessivas pinturas é alto. Somente em 2012, Eberle gastou R$ 6 mil em quatro repinturas, a última delas realizada nesta semana. "Para nós, é muito desagradável ver os clientes chegarem para as compras de Natal e se depararem com essa sujeira."

Entre os imóveis da região, a livraria de Eberle é uma das poucas mantidas limpas. Por causa disso, acaba sendo bastante visada pelos infratores, o que cria uma verdadeira queda de braço com os pichadores – e eles sempre levam a melhor.

Somente a união entre moradores é capaz de coibir a ação dos vândalos, aponta a Guarda Municipal de Curitiba. Ao longo do ano, o órgão promoveu uma campanha para estimular a denúncia pelo telefone 153, e o resultado foi considerado positivo. O número de casos relatados aumentou 45% em relação ao ano passado, ainda sem computar o mês de dezembro. As detenções também cresceram: 82% a mais que em 2011.

"Divulgamos os telefones de denúncia em ônibus e terminais, e o efeito foi imediato", afirma o inspetor Sicarlos Pereira Sampaio, da Guarda Municipal. "É difícil uma ronda ostensiva flagrar a ação dos infratores. Assim que veem a viatura, eles correm e se escondem. Então, é importante as pessoas relatarem no momento em que o ato estiver ocorrendo. A população tem de ser mais participativa, até porque a denúncia é anônima", lembra Sampaio.

Entre as prisões, chama a atenção o equilíbrio entre o número de menores e o de adultos. Ainda de acordo com a Guarda Municipal, os perfis de infrator mais comuns são estudantes em pequenos grupos. Alguns sobem nas costas de outros para alcançar lugares altos, e a ação dura poucos segundos. Entretanto, não existe a formação de gangues ou grupos maiores. Os menores detidos são encaminhados para a Delegacia do Adolescente; os adultos, para a Delegacia do Meio Ambiente, e respondem por crime de dano e pagam multa administrativa de R$ 714,20, além de ficarem impedidos de realizar concurso público por dois anos.

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