Ponta Grossa Enquanto curiosos e astrônomos amadores tentam observar com equipamentos pouco sofisticados o cometa McNaught o astro com o brilho mais intenso a passar pela Terra nos últimos 40 anos , o local com a melhor estrutura para visualizá-lo no Paraná está fechado desde o fim do ano passado. O Observatório Astronômico da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), que possui o maior telescópio do estado, só reabrirá a partir de 26 de fevereiro, mesmo com o término das férias coletivas dos funcionários há seis dias.
Isso porque o professor responsável pelo observatório, Marcelo Emílio, está no estado norte-americano do Havaí participando de um intercâmbio para as suas pesquisas sobre o Sol e seu retorno está marcado para o próximo mês. "Os equipamentos do observatório são novos, sofisticados, de última geração. Na verdade, ele é o único professor que sabe manuseá-los, foi contratado para cuidar do observatório. E essa ida dele ao Havaí já havia sido marcada com muita antecedência", disse a chefe do Departamento de Geociências da UEPG, Silvia Meri Carvalho.
Os equipamentos, instalados em agosto do ano passado, custaram R$ 192 mil e foram adquiridos graças a um convênio entre a universidade e organizações não-governamentais (ONGs). Entre os três telescópios do observatório está o maior do estado, com espelho de 40 centímentos de diâmetro, além de uma câmera para astrofotografia. O prédio do observatório foi inaugurado em outubro de 2005 e custou R$ 613 mil.
Segundo o integrante da Sociedade Princesina de Ciências Astronômicas (SPCA), Marcelo Kaczmarech, mesmo sendo possível visualizar o cometa a olho nu, seria interessante utilizar os equipamentos do observatório. "Lá poderíamos tirar fotos de detalhes do cometa, mas não temos acesso. Com nossos equipamentos, conseguimos tirar apenas fotos panorâmicas", disse. Os integrantes da SPCA já sabiam da viagem do professor e por isso nem procuraram o observatório. "Algumas pessoas que fazem a observação conosco reclamaram do observatório estar fechado", completou Kaczmarech.
"Infelizmente, demos azar do professor estar fora bem no período da visualização desse cometa, um fenômeno raro. Se ele estivesse aqui, ele iria abrir o observatório e agendar visitas. É de interesse dele o fenômeno", afirmou Silvia Carvalho.