A comissão especial da Câmara que discute alterações no Estatuto do Desarmamento adiou para 20 de outubro a votação do projeto. A justificativa foram novas alterações feitas na terça-feira (6) no relatório de Laudivio Carvalho (PMDB-MG). Além dos parlamentares contrários ao projeto por discordarem da flexibilização do Estatuto, há divergências na chamada “bancada da bala”, sobretudo no debate da possibilidade de importação de armas.

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Laudivio afirma que as alterações feitas nessa semana eram apenas de redação, sem alterar os eixos do projeto. É o sétimo texto diferente que ele apresenta na tentativa de conciliar as posições dentro da bancada armamentista. O projeto reduz para 21 anos a idade a partir da qual será permitida a compra de arma, torna a posse definitiva e muda o prazo de renovação do porte de três para dez anos. A proposta também amplia o número de categorias que podem portar armas, incluindo de guardas municipais a motoristas de caminhão.

O ponto que tem causado maior divergência dentro da “bancada da bala”, que domina a comissão, é a facilitação da importação de armas. O relator retirou a necessidade de autorização do Exército para a compra de armas importadas para policias estaduais, deixando a decisão nas mãos dos governadores. No caso da venda para cidadãos, as lojas precisarão da autorização do Exército, mas poderão vender produtos importados mesmo havendo similares nacionais. A proposta contraria a indústria local, que financiou a campanha de alguns dos deputados da comissão.

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Durante os debates na reunião desta quinta-feira, alguns parlamentares ponderaram que o projeto está tendo uma tramitação mais demorada por tratar de outros assuntos além da regulamentação da venda de armas. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), por exemplo, ressaltou que o objetivo da proposta é apenas regulamentar o resultado do referendo em que a população se posicionou contra a proibição da venda de armas.

“O caminho para atender ao cidadão é o da simplificação. Temos que ser econômicos nos artigos a serem tratados. Tudo que for conflituoso entre nós deve ser afastado”, argumentou.

Laudivio se comprometeu com os colegas a não realizar nenhuma mudança até a próxima data. Parlamentares contrários ao projeto recusaram propostas para um acordo que impediria a obstrução da votação. Eles argumenta que o projeto precisa ainda ser debatido com maior profundidade. Além do texto do relator, já existem nove votos em separado protocolados na comissão por parlamentares contrários e favoráveis a flexibilizações no Estatuto.