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Brasília - A Comissão Externa da Câmara dos Deputados que investiga a atuação de organizações neonazistas no Brasil deve fazer uma diligência no Paraná nos próximos dois meses. O grupo formado por seis parlamentares fará a primeira viagem no dia 13 para Porto Alegre (RS), e também deve passar por Santa Catarina e São Paulo.

"As visitas são fundamentais para o aprofundamento da investigação", disse o coordenador da comissão, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). Segundo ele, os movimentos estão mais organizados nesses quatro estados.

Em maio, a Polícia Civil apreendeu material de propaganda nazista, armas e explosivos em cinco cidades gaúchas – Porto Alegre, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Alvorada e Cachoeirinha.

O objetivo da organização era atacar sinagogas com bombas. A investigação apontou ligações com neonazistas argentinos, paranaenses e paulistas.

O principal fato a ser apurado pela comissão, porém, é o assassinato em abril do casal Bernardo Pedroso e Renata Waeschter Ferreira, em Quatro Barras.

"A meu ver, a soltura desse Barollo é uma temeridade para a sociedade e para a sequência da investigação", afirmou Itagiba. Judeu e delegado afastado da Polícia Federal, ele acredita que o caso pode indicar conexões entre vários grupos neonazistas que ainda permanecem desconhecidos.

A comissão, formada em junho, cancelou ontem uma reunião para votação de dois requerimentos, ambos do deputado carioca. O primeiro solicita a formação de uma equipe da Polícia Federal para acompanhar os trabalhos dos parlamentares.

O outro pede informações ao Supremo Tribunal Federal sobre o processo de extradição de dois nazistas que passaram a viver no Brasil após o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Franz Paul Stengl foi extraditado para a Alemanha no começo dos anos 1980, enquanto Gustav Wagner conseguiu permissão para continuar no país, mas suicidou-se em 1981.

"São informações do passado que ajudarão a entender o que se passa na cabeça dessas pessoas hoje em dia", explicou Itagiba. Em 1985, ele integrou a equipe policial que investigou o paradeiro do médico alemão Joseph Mengele, cujo corpo foi encontrado em um cemitério de Bertioga, no litoral de São Paulo.

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