Comissão do IBGE ouve sociedade paranaense

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) criou ontem a comissão censitária estadual, permitindo que segmentos da sociedade paranaense acompanhem e auxiliem nas atividades do Censo 2010. A ideia é organizar da melhor forma a coleta de dados, que começará no dia 1º de agosto do ano que vem.

Cada estado terá a sua comissão censitária, e os municípios (5.565 no país) montarão, a partir da segunda quinzena de junho, comissões locais, para discutir a atualização da base territorial das cidades e identificar aglomerados considerados subnormais, como favelas, invasões, cortiços e similares, além de oferecer infraestrutura e suporte às equipes do IBGE.

A expectativa é recensear 10,5 milhões de paranaenses, sendo 3,3 milhões na região metropolitana de Curitiba (RMC) e, destes, 1,85 milhão no município de Curitiba. O novo censo revelará a vida de cerca de 190 milhões de brasileiros. O trabalho será executado por cerca de 240 mil pessoas no país – 13 mil somente no Paraná. Elas serão contratadas de forma temporária a partir de julho de 2010.

Segundo Sinval Dias Santos, chefe da unidade estadual do IBGE, a comissão será um canal de comunicação entre o instituto e a comunidade. "O IBGE convidou várias instituições", afirma. "Se alguém mais tiver interesse, é só nos procurar." A meta é reunir representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, de sindicatos, federações e organizações não-governamentais.

Para a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), o novo censo precisa mostrar quem é o homem do campo. "A pesquisa é a mais abrangente dos últimos anos", disse Pedro Loyola, coordenador do departamento técnico e econômico da Faep. "Assim, todos os setores devem participar."

Já o prefeito de Piraquara, Gabriel Samara, que também é vice-presidente da Associação dos Municípios do Paraná (AMP), defende a correção de equívocos de contagens anteriores do IBGE, que registraram queda de população em cidades da grande Curitiba, ocasionando cortes de recursos do Fundo de Participação do Municípios (FPM).

Segundo Samara, o IBGE apontava para Piraquara um crescimento de 9% ao ano, mas a contagem derrubou a expectativa. "A previsão chegava a 103 mil habitantes, mas a contagem ficou em 82 mil habitantes", afirmou. "A prefeitura perdeu uma receita de cerca de R$ 300 mil mensais, ou seja, 5% da receita líquida do município."

Samara disse ainda que cada prefeito deve acompanhar com atenção a pesquisa, fazendo uma pré-contagem (cartões do SUS e ocupações irregulares), evitando surpresas.