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A Comissão de Segurança Pública (CSP) aprovou nesta terça-feira (15) a realização de uma diligencia externa na Ilha do Marajó, no Pará, para conhecer as ações do governo estadual na busca e localização de pessoas desaparecidas da região.
O pedido foi apresentado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e lido pelo senador Sergio Moro (União-PR) no colegiado.
Um dos casos mais recentes, citados por Moro e que consta no requerimento, é o da Elisa Ladeira Rodrigues, de 2 anos, ocorrido em setembro de 2023, em Arajás, na Ilha do Marajó.
“Até o presente momento, a menina nao foi encontrada, e somente em marco do corrente ano, um suspeito do envolvimento no desaparecimento dela foi preso. Além disso, tem sido noticiado que a família da menina tem sido ameaçada pelos prováveis sequestradores nos últimos meses, mesmo após a prisão do principal suspeito do desaparecimento de Elisa”, explica Damares no requerimento.
De acordo com dados do Sinesp-VDE do Ministério da Justiça e Segurança Pública, de 2015 a 2023, 11.352 pessoas desapareceram no Pará, uma média de três pessoas por dia. Somente 1.382 pessoas foram localizadas, cerca de 12% do total.
Diante do alto número de desaparecimentos, Damares reforçou a necessidade da diligência no local para avaliar a efetividade da legislação que institui a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas. “Acredita-se que os desafios observados na implementação dessa política possam lançar luz e contribuir para a proposição de aprimoramentos legais por esta Casa Legislativa”, destacou a senadora.
Ilha do Marajó
A Ilha do Marajó ganhou os noticiários após denúncias de exploração sexual infantil e tráfico de pessoas virem à tona no início deste ano. Casos de prostituição e pedofilia são investigados oficialmente desde vid2006 e foram alvo de denúncia na gestão da ex-ministra dos Direitos Humanos, senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
A oposição no Congresso apresentou um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias de exploração e abuso sexual infantil na Ilha de Marajó, no Pará. A instalação agora depende do presidente Arthur Lira (PP-AL).
O caso já foi alvo de outras CPIs no Congresso Nacional, como a CPI da Pedofilia em 2008, e a CPI de Abuso e Exploração de Crianças e Adolescentes entre 2012 e 2014. A Câmara dos Deputados também criou uma comissão externa para averiguar as denúncias sobre os casos de pedofilia e exploração sexual na região.