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Deputados estaduais da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa vão encaminhar ao Ministério da Saúde e ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedido de auditoria técnica nos hospitais de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. O objetivo é confrontar dados apresentados ontem, em reunião da comissão com o secretário estadual de Saúde, Gilberto Martin, e o promotor de Justiça Fuad Faraj.

Em relatório, Faraj aponta que entre agosto de 2003 e setembro desse ano foram registrados 432 mortes de pacientes em fila de espera por leitos nos hospitais da cidade. Destes, 234 teriam falecido na espera por lugar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo o promotor, o relatório foi desenvolvido para avaliar a eficácia de políticas públicas estaduais e municipais aplicadas na região no mesmo período. "Escolhemos essa data para iniciar a pesquisa do relatório porque em julho daquele ano o Ministério Público propôs uma ação civil pública pedindo que o governo se responsabilizasse pela transferência de pacientes que esperavam para ser atendidos em hospitais de outros municípios", comenta.

No entanto, o secretário estadual de Saúde, que assumiu o cargo há quase um mês, defende-se alegando que "nem sempre os números refletem a informação que é abstraída." "Não adianta analisar os números isolados. É preciso que seja feito um comparativo com outros municípios e um aprofundamento dos dados para que haja um diagnóstico real e para que os números possam ser transformados em informações", argumenta Martin. O secretário ainda alega que durante o período, o governo estadual investiu um grande montante na região dos Campos Gerais – o valor não foi informado pelo secretário – e que outros dados da região demonstram as melhorias nos atendimentos dos hospitais de Ponta Grossa. Uma dessas informações positivas seria a redução da taxa de mortalidade infantil na região. "Em 2003, a média era de 18,51 óbitos em cada mil. Já em 2006, o número caiu para 16,36 em mil."

O encontro foi presidido pelo presidente da Comissão de Saúde, o deputado Ney Leprevost (PP), e teve participação de outros 11 deputados. "Convidamos o secretário de Saúde a participar da reunião porque só ele pode dizer o que é possível ser feito a respeito do assunto", explica Leprevost.

Após ouvir Faraj e Martin, os deputados fizeram perguntas a respeito do relatório para os dois e finalmente decidiram pelo encaminhamento do pedido de auditoria ao Ministério da Saúde e ao Tribunal de Contas.

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