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A prefeitura de Paranaguá criou uma comissão especial para investigar as denúncias de agressão contra moradores de rua e a "limpeza social" que guardas municipais estariam fazendo na cidade. Reportagem publicada domingo na Gazeta do Povo mostra que mendigos têm sido recolhidos das ruas, colocados à força em vans e largados em Curitiba, Piraquara, São José dos Pinhais ou em Registro, cidade paulista na divisa com o Paraná. A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público pelo responsável pela Pastoral Rodoviária em Paranaguá, padre Adelir Antônio de Carli.

Na quinta-feira, o prefeito anunciou à reportagem a criação da comissão, confirmada no sábado à noite por meio da sua assessoria de comunicação. "O prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, após tomar conhecimento de graves denúncias envolvendo a Guarda Municipal, criou uma comissão de investigação com o objetivo de apurar as denúncias apresentadas ao Ministério Público pela Paróquia São Cristóvão, através do padre Adelir Antônio de Carli", diz a nota. O documento com as denúncias já havia chegado às mãos do promotor José Luiz Loreto de Oliveira no dia 4 de abril. O desencadeador da ação, portanto, foi a presença da reportagem na cidade.

De acordo com a nota oficial, o decreto que cria a comissão foi assinado na última quinta-feira. "Fazem parte da comissão o vice-prefeito, Antônio Ricardo dos Santos, e os secretários da Criança e da Segurança Pública, além de uma assistente social e uma psicóloga", diz a nota. "A comissão ainda contará com a participação de convidados. O prefeito decidiu convidar a presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, Arilda Pioli, a presidente do Provopar de Paranaguá, Jozaine Baka, e o responsável pela Paróquia São Cristóvão, o próprio padre Adelir", segue a nota.

Padre Adelir disse que não aceitará o convite, pois discorda do encaminhamento da investigação. "Colocaram o investigado para investigar", diz. Ele se refere ao secretário de Segurança Pública, Álvaro Domingues, ex-diretor da Guarda Municipal e acusado pelos moradores de rua de ser um dos responsáveis pela "limpeza social".

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