No esforço para manter sob controle a CPI do Apagão Aéreo, o PT fez um levantamento das sete comissões de investigação mais relevantes que funcionaram durante os mandatos de Fernando Henrique Cardoso, entre elas a do Sivam e do Proer. Sua conclusão: em todas, PSDB, PFL e PMDB, os três grandes partidos que formavam a base aliada, monopolizaram a presidência e a relatoria, postos-chave em CPIs. Portanto, a oposição que se conforme. Os governistas que defendem algum acordo com PSDB e DEM esbarram nas divergências internas da oposição. Há ali os que esperam virar a Infraero do avesso e os que advogam uma investigação "focalizada", que atinja o governo pelo aspecto da "má gestão".

CARREGANDO :)

***

Rédea curta 1 – O PMDB não apenas insiste em ter um dos dois postos de comando da CPI como já decidiu que ele não será entregue a nenhum "independente" disposto a "fazer gracinha", diz um peemedebista sintonizado com o Planalto. "Vai ser alguém de total confiança." Rédea curta 2 – Os líderes do governo vão analisar a dedo as indicações dos partidos para a CPI. Já avisaram que não querem saber de Arnaldo Faria de Sá (SP), uma das sugestões feitas pelo PTB. Afinados – De Gustavo Fruet (PSDB-PR), que integrará a CPI: "O clima de quebra de sigilos e longos depoimentos não se sustenta em início de legislatura." De Henrique Fontana (PT-RS), vice-líder do governo: "Não acredito em processo de desestabilização em início de mandato". Vem aí – No início de maio, alguns dias depois do balanço público do PAC que os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) apresentarão na semana que vem, será a vez de Lula dar entrevista coletiva. Esquece – O PRB de José Alencar e do senador Marcelo Crivella pode esperar sentado por cargos no Ipea, que ficará sob o guarda-chuva da nova pasta de Ações de Longo Prazo. Seja porque a estrutura do instituto não dá muita margem a loteamento, seja porque o fato de Roberto Mangabeira Unger ter virado ministro tem pouca ou nenhuma relação com seu partido.

Publicidade

Calendário – Professor de direito em Harvard, Mangabeira deverá tomar posse dentro de 15 ou 20 dias quando voltar dos EUA, onde foi encerrar seus compromissos do atual período letivo.

Esforçado – Constantemente aconselhado a melhorar sua relação com a imprensa, Arlindo Chinaglia (PT-SP) deu ontem uma longa entrevista coletiva. De volta ao gabinete, o presidente da Câmara comentou com um funcionário da Casa: "Viu só como estou ficando simpático?". Não deu – Esforço do governo para chegar a acordo sobre a oficialização das centrais até o 1.º de Maio esbarrou na CUT, que defende reforma mais profunda no setor. Pegou mal – Reunião de sindicalistas anteontem em Brasília desandou quando o secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antônio de Medeiros, chamou a Nova Central, criada para tentar manter a atual estrutura sindical, de "Nova Schin". Os diretores da entidade deixaram a sala. Alagado – O temporal pegou o Temporão. Devido aos transtornos causados pela chuva ontem em São Paulo, o ministro da Saúde teve de ser resgatado de helicóptero, em Congonhas, para chegar a tempo à inauguração da nova fábrica de vacinas do estado. Constrangimento – Após dois de seus membros – Nery Júnior e Roberto Haddad – virarem alvo da Operação Têmis, o TRF paulista decidiu adiar a sessão de seu Órgão Especial marcada para ontem. Preferiu realizar um encontro de corregedores.

TIROTEIO

* Do presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia, sobre a defesa feita pelo presidente do PT, Ricardo Berzoini, da criação de controles para a mídia durante os períodos de campanha eleitoral.

– O PT quer tirar a liberdade da imprensa para que seus aloprados trabalhem em paz.

Publicidade